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Sanidade

Governo não suspende comércio de suínos vivos com os EUA e preocupa setor produtivo

O vice-presidente de Suínos da ABPA, Rui Vargas, disse que o governo precisa tomar medidas para tranquilizar o setor. A doença já matou sete milhões de animais desde maio de 2013 nos Estados Unidos.

Governo não suspende comércio de suínos vivos com os EUA e preocupa setor produtivo

A decisão do Governo de não suspender a entrada de suínos vivos, material genético e plasma dos Estados Unidos no Brasil, perturba a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Na última semana, a entidade solicitou a suspensão do comércio de suínos entre os dois países, depois da descoberta de casos de diarreia suína em 27 Estados norte-americanos.

Em entrevista ao Rural Notícias, Rui Vargas, vice-presidente da associação disse que ainda não recebeu resposta oficial sobre o pedido e que o Governo precisa tomar medidas para tranquilizar o setor. Segundo ele, vários estudos estão em curso nos EUA, para descobrir a causa da doença, que já matou sete milhões de animais desde maio de 2013.

“Como a causa é desconhecida, a gente não sabe que medidas tomar para evitar a entrada deste agente no país”, explica Vargas.

A doença eliminou 15% dos leitões da produção norte-americana. Uma taxa de mortalidade bastante alta, segundo Vargas. Caso entrasse no Brasil, boa parte do plantel de abate estaria ameaçado.

O Brasil é hoje o quarto maior produtor de carne suína do mundo, com 2,8 milhões de toneladas e média de 520 mil toneladas exportadas ao ano. Vargas informou que já houve procura de países que importavam dos Estados Unidos.

“Já tivemos alguns contatos de alguns países importadores no sentido de saber se nós teríamos condições de fornecer carne suína, que não pode ser fornecida pelos EUA e também fomos questionando se temos ou não essa enfermidade no País”, contou.

O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, confirmou novamente a decisão de não suspender a importação de suínos dos Estados Unidos, porque esse fechamento sem critérios poderia dar margens para outro país fazer o mesmo com o Brasil no futuro.

Segundo ele, o Ministério vem se antecipando para mitigar os riscos, aumentando o grau de exigência dos requisitos sanitários para o país de origem e procedimentos adotados no Brasil na chegada dos animais importarmos de todos os países fornecedores.

Marques garantiu que a comparação da diarreia suína com a febre aftosa não é legítima. A doença da febre aftosa está listada na Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) e avalia o comportamento sanitário dos países. Já a diarreia suína tem condições de ser reduzida e combatida e mitigada com medidas de biossegurança, por parte do setor privado. “Por parte do Governo, estamos acompanhando as descobertas científicas para rever nossa posição caso seja necessário”, concluiu Marques.