Redação (22/08/2008)- Representantes dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Meio Ambiente e Relações Exteriores, além de instituições de pesquisa e universidades brasileiras estão reunidos na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, em Brasília, DF, nos dias 21 e 22 de agosto, com o objetivo de discutir estratégias para elaboração do 2º Relatório Nacional sobre os Recursos Genéticos Vegetais. Esse documento, que tem que estar pronto até outubro de 2008, vai compor o Relatório Mundial da FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que define as ações globais relacionadas à conservação e uso dos recursos genéticos de plantas.
A solenidade de abertura contou com a participação do diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana; do representante da FAO em Roma, Elcio Guimarães e do Secretário de Biosiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Lídio Coradin, entre outras autoridades.
O primeiro relatório foi elaborado em 1996 e nesses 12 anos houve uma expressiva mudança em termos globais não apenas no que se refere à situação dos recursos genéticos de plantas, como principalmente em relação às necessidades e lacunas de cada país, como explica o representante da FAO em Roma, que está presente à reunião, Elcio Guimarães. De acordo com ele, essa discussão é extremamente importante no momento atual, em que a escassez de alimentos ameaça a segurança da população mundial.
O relatório mundial foi demandado pela Comissão de Recursos Genéticos da FAO e vai subsidiar o Plano Global de Ação da Organização que deverá estar pronto em 2011 e vai definir a alocação de recursos financeiros para os países. Por isso, segundo Guimarães, é muito importante que os relatórios dos países sejam sucintos e objetivos e apresentem de forma clara a situação atual da conservação e uso dos recursos genéticos, com foco nos desafios para o futuro.
"O relatório vai ser como uma "bíblia" para nortear as ações da FAO e a distribuição de recursos financeiros, de acordo com as necessidades de cada país", ressaltou o representante da Organização da ONU. Por isso, segundo ele, é muito importante que as instituições que desenvolvem pesquisas se empenhem o máximo na elaboração do documento.
O Brasil, por sua mega biodiversidade e organização em termos de pesquisa agropecuária tem que ser um exemplo nesse sentido. Durante a reunião hoje pela manhã, Guimarães orientou os participantes quanto à elaboração do documento, ressaltando que deve ser uma atualização da primeira versão, com foco nas mudanças que ocorreram de 96 para hoje. "Não é necessário começar do zero, o que poderia resultar em um documento muito extenso e cansativo. O resultado esperado pela FAO é um documento de alta qualidade, que identifique claramente os "gargalos" e as novas tendências para as pesquisas de conservação e uso de recursos genéticos de plantas no país, incluindo necessidades de elaboração de programas nacionais quanto à capacitação e legislação".
Até o momento, 46 países já entregaram seus relatórios e a FAO espera mais 57. Para auxiliar os países da América Latina, foi contratado um consultor internacional, o pesquisador uruguaio, Gustavo Blanco, que também está participando da reunião. Segundo ele, as informações coletadas nos países vão resultar também na elaboração de bases de dados que serão disponibilizadas para consulta pública pela FAO.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Arthur Mariante, que está coordenando a reunião, os representantes das instituições participantes da elaboração do relatório brasileiro, que inclui a Embrapa, o Instituto Agronômico de Campinas – IAC, além de outros órgãos de pesquisa e universidades não vão poupar esforços para que o documento reflita a posição do Brasil no cenário internacional. "Essa primeira reunião vai definir o cronograma de execução do relatório e a definição de responsabilidades", finaliza. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.