Redação SI 04/04/2003 – Acaba de sair do forno, ou melhor, dos laboratórios de engenharia genética a mais nova geração de suínos light, animais com menor teor de gordura na carcaça. Além de mais saudáveis para o consumo humano, os descendentes do MS 60 garantem aos criadores brasileiros ganhos anuais extras da ordem de R$ 10,5 milhões.
A nova raça, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa Suínos e Aves) em parceria com a Aurora – marca que pertence à Cooperativa Central Oeste Catarinense (Coopercentral) – rende cerca de R$ 5 a mais, em cada animal abatido, se comparado aos suínos comuns.
Essa rentabilidade é obtida na venda do animal, que possui 2% a mais de carne na carcaça, gerando um ganho de 3% a mais no preço pago pelos frigoríficos, que medem o nível de gordura do suíno antes do abate e pagam um ”prêmio extra” na cotação do suíno light, segundo o pesquisador da Embrapa responsável pela raça, Jerônimo Fávero.
Atualmente, os frigoríficos pagam ao criador R$ 1,45 pelo quilo do animal vivo; com o prêmio, esse suíno é vendido por cerca de R$ 1,49 o quilo.
Além do ganho no preço, os suínos descendentes de reprodutores do MS 60 consomem 10% menos de ração, reduzindo os custos com alimentação.
“Apesar de comerem menos, a engorda é maior, pois o animal não acumula gordura”, afirma Jeronimo Fávero.
Segundo o pesquisador da Embrapa, outro fator atrativo da raça é um gene encontrado no animal que o livra do estresse em caso de manejo inadequado, evitando a morte súbita, comum entre os animais confinados.
A primeira geração da nova raça foi desenvolvida há um ano e já representa cerca 10% dos abates de suínos do País e 30% dos catarinenses, líderes na atividade. Por ano, 2,1 milhões de suínos descendentes da raça MS 60 são abatidos no Brasil, ante os mais de 21,8 milhões de porcos comuns.
Somente em Santa Catarina, a Aurora abateu no ano passado mais de 1,8 milhão de suínos, sendo que 90% eram descendentes do suíno light.
Os reprodutores da raça comercializados pela Embrapa, pela Coopercentral e por outras sete empresas multiplicadoras custam 200% mais que os animais comuns, sendo cotados atualmente por cerca de R$ 5/quilo, ante a média de R$ 1,45/quilo do suíno tradicional.