Redação (23/11/2007)- Incorporados na suinocultura devido à similaridade metabólica e do DNA, os avanços no mapeamento do genoma humano estão transformando a atividade no Brasil. De um abate de 37 milhões de cabeças por ano produzidas em granjas tecnificadas e com inspeção federal, cerca de 16 milhões já apresentam algum ganho econômico para o criador, frigorífico ou consumidor obtido através da tecnologia conhecida como de Marcadores Genéticos. Esse trabalho, mais uma ferramenta da biotecnologia e funciona no conjunto com a seleção genética quantitativa tradicional, foi introduzido pioneiramente há sete anos no país pela Agroceres PIC, uma joint-venture entre a empresa Agroceres e a Pig Improvement Company, companhia inglesa líder mundial no melhoramento genético de suínos.
A Agroceres PIC, que detém 39% do mercado nacional de matrizes e reprodutores e comercializa 1,5 milhão de fêmeas por ano, instalou no Brasil o primeiro núcleo genético para suínos tipo carne. Através da biologia molecular são identificados os genes que são responsáveis por características marcantes no desempenho animal. Os resultados incluem ganho de 12% na conversão alimentar; 10% mais leitões por parto, e redução de até 20 dias no prazo de abate, com entre 100 kg a 115 quilos.
"Hoje a criação do suíno depende da informática e do laboratório. Houve uma rápida evolução. Conseguimos ganhos de 20% na eficiência da informação das características do animal. Com essa precisão o País oferece suínos para qualquer mercado mundial", explica Alexandre Rosa, gerente de Mercado da Agroceres PIC.
Essa tecnologia contribui para ganhos na obtenção de informações sobre as características de cada animal. Basta um exame de laboratório de amostras de pelos. Não é preciso esperar o abate para a observação. Para o criador, os ganhos são significativos porque a alimentação representa entre 75% a 78% do custo de produção. Para o frigorífico significa um suíno mais magro e com maior rendimento de carne. No Brasil essa tecnologia proporciona avanço na produção e na exportação. No final dos anos 70, o país produzia 1 milhão de toneladas de carne suína. Hoje é o quarto maior produtor, com 2,8 milhões de toneladas e exportação próxima de 530 mil toneladas em 2006, segundo a Abipecs.
Através dos Marcadores Genéticos, a Agroceres PIC desenvolveu um conjunto de quatro reprodutores e três matrizes que permite várias combinações atender a diferentes mercados. Isso aumentou a confiabilidade de escolha de suínos para diferentes finalidades, seja para ganho de peso, produção de carne, teor de gordura, fertilidade, maciez de carne e até identificação de animais mais ou menos susceptíveis a doenças.
"No início da introdução da tecnologia imaginamos vender um marcador genético específico como o LS1, de um animal que produz mais leitões. Mas a maior precisão nas informações foram descobertos mais marcadores e assim optamos por estender a tecnologia ao conjunto. O avanço tem sido tão rápido que dentro de um ano o Brasil vai subir uma posição e alcançar o terceiro lugar na produção mundial de suínos", conclui o gerente de mercado da empresa.