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<p>Através de estudos feitos pela Embrapa, o Brasil aposta na nanotecnologia para desenvolver ainda mais o setor agropecuário.</p>

O coordenador da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia para o Agronegócio da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Henrique Capparelli Mattoso.

A Nanotecnologia* permute a mutação ou transformação de susbtâncias através de partículas mínimas da matéria. É a capacidade potencial de criar coisas a partir do menor, usando as técnicas e ferramentas que estão sendo desenvolvidas nos dias de hoje para colocar cada átomo e cada molécula no lugar desejado. Ela visa obter o melhoramento dos sistemas estruturais da matéria, possibilitando a fabricação de produtos mais duráveis, limpos, seguros e inteligentes, tanto para a casa, como para as comunicações, os transportes, a agricultura, a medicina e a indústria em geral, beneficiando principalmente o meio ambiente.

De acordo com o coordenador da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia para o Agronegócio da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Henrique Capparelli Mattoso, a nanotecnologia é o estudo da constituição da matéria em um padrão de medida que equivale a um bilionésimo de metro (nanométrico). Por exemplo, de uma moeda de um centavo fosse 1 nanômetro, um pé cruzaria o Brasil do Oiapoque ao Chuí. “Percebemos a importância de se estudar a matéria nesta escala porque o comportamento da matéria é diferente nas escalas macroscópica e microscópica”, explica. “A eficiência obtida na escala nanométrica é muito maior”.

Agronegócio- Mattoso vê na nanotecnologia uma oportunidade única para o desenvolvimento e manutenção do agronegócio brasileiro. “Queremos uma agricultura sustentável que aumente a competitividade do agronegócio em vários nichos de aplicação”, afirma. “A nanotecnologia pode contribuir tanto na produção de insumos e extração de produtos de fonte renovável como em aplicações nas indústrias de plásticos, fibras e têxteis”. Para Mattoso, a liderança brasileira em agricultura futuramente será baseada nos avanços dos estudos nanotecnológicos nacionais.

Laboratório – Recentemente o governo brasileiro investiu R$ 10 milhões para a construção do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA). Pioneiro na América Latina, ele desenvolve estudos ligados exclusivamente ao agronegócio. Entre eles, Mattoso destaca os bionanocompostos, os biopolímeros e as nanoparticulas.

Segundo o coordenador, a Embrapa tem se preocupado muito com a biorefinaria. Ele explica que este processo visa um melhor aproveitamento das florestas e dos resíduos florestais, industriais e agrícolas. “Através dos bionanocompostos, podemos utilizar o bagaço de cana não apenas para a produção de energia, mas também para a obtenção de outros produtos, como sisais super-resistentes”, explica. “Com o resíduo de fibra em escala nanométrica, pode-se agregar valor a ele e também a outras fontes renováveis. Isto é uma tendência de mercado”.

Mattoso acrescenta que a Embrapa também desenvolve novas cultivares e variedades de biopolímeros. Uma delas é a seleção de genótipos de milho para cultivo adequado a cada solo. “No Nordeste, por exemplo, a Embrapa trabalha com o coco para fazer um plástico biodegradável. Esse trabalho está dentro de uma linha de produção de filmes comestíveis”.
A utilização de nanopartículas parece mais próxima do consumidor moderno. “Para a conservação de alimentos, há a aplicação de nanoparticulas, feitas com filmes comestíveis, nas frutas”, comenta Mattoso. As pesquisas feitas no LNNA indicam que frutas que passam por esse processo têm uma redução de permeabilidade, o que aumenta sua conservação e durabilidade. “Isso é muito significativo com frutas in natura ou minimamente processadas”, conclui.

De acordo com Mattoso, também foram desenvolvidos sensores eletrônicos para aferir a qualidade dos produtos. Dois biosensores construídos são o nariz e a língua eletrônica. “O nariz é um produto descartável e de baixo custo (aproximadamente US$ 2 por unidade, nos Estados Unidos). Ele serve para monitorar o amadurecimento das frutas”, explica. “Já a língua é capaz de qualificar, por exemplo, a qualidade de cafés. No Brasil, as universidades têm contribuído bastante nesse projeto”, finaliza.

* Saiba mais sobre Nanotecnologia. Leia as matéria publicadas na Edição 222 de Suinocultura Industrial:A revolução do invisível” ; “Nano mundo novo

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