São muitas as discussões que envolvem os alimentos transgênicos, porém, pouco se sabe sobre o uso da transgenia e sua segurança. Marcelo Gravina de Moraes, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), explica que o mito em torno do assunto está ligado a falta de divulgação. “Pouco se diz sobre os produtos transgênicos. Eles são totalmente seguros e ninguém divulga seus benefícios”.
De acordo com Gravina, a transgenia surgiu após serem esgotadas as tentativas de aumentar a produtividade das lavouras através de métodos tradicionais (fertilização do solo, irrigação, adaptações ambientais). “Alguns pesquisadores enxergaram na engenharia genética uma oportunidade de melhorar a função biológica vegetal, buscando o aumento da produtividade”, afirma o professor. “Em 20 anos, com os transgênicos, a produtividade do milho vai dobrar, mesmo em condições iguais ou piores que as de hoje”, exemplifica.
Atualmente, segundo Gravina, estima-se que 70% dos alimentos processados já tenham algum organismo geneticamente modificado (OGM) em sua composição, por meio da soja e do milho. “Trata-se de uma prova de segurança a favor do OGM”.
No Brasil, a tecnologia vem sido empregada para melhoramentos agronômicos. A soja transgênica já é cultivada e, recentemente, a autorização foi estendida ao milho. Segundo o membro da CIB, o País está alinhado com as normas de biossegurança da Europa. “Seguimos o princípio da precaução, baseado na teologia de que não há registros suficientes que provem que os transgênicos e métodos de transgenia sejam seguros”, pontua. “Nos Estados Unidos e no Canadá, o que conta é a segurança do produto final (equivalência substancial) e não o processo utilizado para chegar nele”.
Para Gravina, os transgênicos permitem um aumento em bilhões de dólares nos ganhos econômicos, impactando de forma positiva na economia do País.