Nas principais regiões de Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil, os preços do grão acumulam altas expressivas nos últimos dias. Em Rondonópolis, por exemplo, a cotação subiu 2,27% em uma semana e 2,66% no período de um mês, segundo a Scot Consultoria. Lucas do Rio Verde e Campo Novo do Parecis também registraram aumentos de 1,97% e 0,4% na semana, respectivamente.
Essas elevações estão associadas ao atraso no plantio da nova safra, provocado pela falta de chuvas na região. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o último dia 4 de outubro, apenas 2,09% da área destinada à soja no estado havia sido plantada. O número representa um avanço de 1,56 ponto percentual em relação à semana anterior, mas está bem abaixo dos 14,25% registrados no mesmo período do ano passado.
A escassez de chuvas também tem afetado o progresso da semeadura. O boletim do Imea alerta que as precipitações registradas recentemente não foram suficientes para garantir a umidade ideal para o cultivo na maior parte do estado, limitando a evolução das plantações.
Em outras regiões do Brasil, os preços da soja variaram, com a saca sendo negociada a R$ 128 em Luís Eduardo Magalhães (BA), R$ 133 em Rio Verde (GO) e R$ 142 nos portos de Paranaguá (PR).
No entanto, no mercado internacional, o cenário é inverso. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros de soja para novembro caíram 1,72%, fechando em US$ 10,1625 por bushel, refletindo o avanço da colheita nos Estados Unidos. Até o último domingo, 47% da área de soja no país já havia sido colhida, um aumento de 21 pontos percentuais em apenas uma semana. Essa rápida colheita, junto com a queda nos preços do petróleo, pressionou as cotações globais da oleaginosa.