Durante uma audiência pública realizada ontem (13) na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) expressou sua preocupação em relação à proposta de alteração no teor de umidade da soja para 13% no novo padrão oficial de classificação do grão brasileiro. A entidade argumenta que essa mudança pode resultar em prejuízos econômicos para os produtores do país.
José Antônio Borghi, vice-presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, destacou que a alteração proposta pelo Ministério da Agricultura poderia penalizar principalmente os pequenos produtores que não possuem muita infraestrutura. Ele ressaltou a posição contrária da CNA a essa mudança, afirmando que a cadeia produtiva vem operando eficientemente por décadas, e aceitar a alteração implicaria em transferir os custos diretamente para os produtores.
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A Confederação argumenta que, com o teor de umidade reduzido para 13%, o volume total de soja seria menor devido à maior secagem dos grãos. Borghi enfatizou que a CNA e as Federações de agricultura e pecuária dos Estados estão abertas ao diálogo, desde que o texto aprovado não resulte em prejuízos dentro da porteira e que haja uma compensação financeira justa para os produtores rurais.
Durante a audiência, o classificador de produtos vegetais, Sinibaldo de Sousa Junior, convidado pela CNA para participar do debate, explicou que o novo texto do Regulamento Técnico da Soja traz novos conceitos de avariados, referência de óleo e proteína, limites de tolerância e a redução do teor de umidade dos grãos. Ele ressaltou que a questão da umidade não é consensual entre os setores e alertou para o risco de os padrões de compra serem reformulados em contrato, escapando das regulamentações do padrão oficial de classificação.
Sousa destacou que a redução da umidade da soja teria impactos na produção de matéria-prima, resultando em uma perda de 1,15% a cada 100 kg, e poderia afetar a dinâmica de descarga na entrega da soja colhida, prolongando as filas de descarga devido ao tempo estendido de secagem do produto.