As recentes chuvas e inundações que atingiram as lavouras de soja no Rio Grande do Sul contribuíram para o aumento dos preços da soja na Bolsa de Chicago.
Os contratos de soja com vencimento em julho, que possuem maior liquidez, registraram uma alta de 2,78%, equivalente a 33,75 centavos, fechando a US$ 12,4875 o bushel.
Ainda não foram divulgadas estimativas oficiais sobre as perdas nas lavouras do estado, porém uma análise preliminar do consultor Carlos Cogo indica que a área de soja ainda por colher pode representar uma perda de 6,5 milhões de toneladas. O mercado está preocupado com o impacto dessas perdas na oferta.
Em um comentário separado, Arlan Suderman, da StoneX, destacou que, apesar das chuvas terem uma influência, elas não são o único fator impulsionando o aumento dos preços da soja.
Tomm Pfitzenmeier, da Summit, mencionou preocupações adicionais relacionadas à interrupção no processamento de soja na Argentina e possíveis atrasos no plantio nos Estados Unidos.
Ele também observou que fatores técnicos e posições curtas significativas de fundos em milho e soja têm contribuído para a tendência de alta.
Cotações do milho
Além da soja, as cotações do milho também mostraram aumento na bolsa de Chicago. Contrariando expectativas baixistas, os preços dos lotes de milho para julho subiram 1,9%, ou 8,57 centavos, alcançando US$ 4,69 o bushel.
Essa alta ocorre mesmo após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relatar uma redução nos embarques de milho de 1,3 milhão para 1,29 milhão de toneladas na semana que terminou em 2 de maio.
Os preços do trigo também registraram forte alta, com os contratos para julho subindo 4,22%, ou 26,25 centavos, a US$ 6,4875 o bushel.
O mercado de trigo permanece atento às condições climáticas favoráveis na Rússia e nos EUA, bem como à situação geopolítica envolvendo a Ucrânia e a Rússia, especialmente após declarações recentes do presidente russo, Vladimir Putin, sobre testes nucleares.