“Estamos a caminho de colher uma safra recorde de soja” em 2024/25, disse Carlos Cogo, da consultoria Cogo, durante o congresso da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) nesta terça-feira (6/8) em São Paulo. A expectativa é de uma colheita de 330 milhões de toneladas, refletindo um aumento na produtividade sem expansão da área plantada, que geralmente cresce 2,2% ao ano.
Oferta x Demanda:
- Oferta superior à demanda: A safra recorde projetada levará ao “maior estoque da história”, com uma armazenagem final estimada em 130 milhões de toneladas para a safra 2024/25.
- Relação de estoque por demanda: A expectativa é de 32%, equivalendo a 166 dias de reserva de soja globalmente.
- Impacto nos preços: A consultoria projeta um ciclo de baixa dos preços da oleaginosa, com contratos futuros para 2025 e 2026 não atingindo US$ 11 por bushel, como visto no início do ano.
Perspectivas Regionais:
- Brasil: Os prêmios nos portos brasileiros devem compensar os preços mais baixos. O custo para cobrir a produção (breakeven) é de US$ 9,23 no Sul e US$ 9,35 no Cerrado.
- EUA: Agricultores americanos necessitam de um valor superior a US$ 16 para cobrir custos, o que pode levar à redução da área plantada para controlar estoques.
Fatores Adicionais:
- Fenômenos Climáticos: A ocorrência de La Niña e a passagem de El Niño têm histórico de safras recordes.
- Contexto Político: A eleição de Donald Trump nos EUA poderia aumentar o prêmio da soja nos portos devido à possível retomada da guerra comercial com a China, um dos maiores importadores de grãos do mundo.
A safra de soja 2024/25 promete ser recorde tanto no Brasil quanto nos EUA, pressionando os preços devido à oferta excedente. No entanto, fatores como prêmios portuários no Brasil e custos de produção nos EUA terão impactos distintos nas economias agrícolas de cada país.