No início desta semana, o mercado de grãos apresentou uma queda nos preços durante o pregão regular da Bolsa de Chicago, impactado pelas recentes estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A decepção dos investidores veio após o anúncio de que a produção de soja no Brasil foi estimada em 155 milhões de toneladas pelo USDA, uma redução de 0,6% em relação às expectativas de fevereiro, que previam uma colheita de 152,5 milhões de toneladas. Tal revisão ocorre em um contexto onde algumas consultorias brasileiras já projetam uma safra ainda menor, na ordem de 143 milhões de toneladas.
A negociação de lotes de soja para maio registrou uma baixa de 0,59%, sendo cotados a US$ 11,77 o bushel. Apesar das divergências entre as estimativas, Ismael Menezes, sócio da consultoria MD Commodities, considera as projeções do USDA alinhadas com as expectativas iniciais para a produção brasileira. Menezes aponta que, inicialmente, a expectativa era de uma safra brasileira próxima a 170 milhões de toneladas, e ressalta a possibilidade de o USDA realizar correções futuras nas estimativas, à medida que a temporada avança e mais dados se tornam disponíveis.
“Com a colheita de soja no Brasil se aproximando da metade, muitas variáveis ainda podem influenciar o resultado final da safra, o que deixa margem para novas correções por parte do USDA”, afirma Menezes. Segundo a análise da MD Commodities, espera-se que o Brasil produza entre 150 milhões e 152 milhões de toneladas de soja nesta temporada.
A movimentação nos preços dos grãos em Chicago reflete as incertezas globais quanto à produção agrícola, especialmente em grandes países produtores como o Brasil, e os investidores continuam atentos às atualizações das estimativas e aos impactos potenciais no mercado internacional.