As expectativas de que o Brasil colherá sua maior safra de soja da história na temporada 2024/25 continuam pesando sobre os preços do grão na Bolsa de Chicago. Nesta segunda-feira (16/12), os contratos de janeiro fecharam em queda de 0,63%, a US$ 9,82 por bushel.
Na semana passada, a Conab estimou uma produção recorde de 166 milhões de toneladas no Brasil. Hoje, a AgRural revisou sua projeção para impressionantes 171,5 milhões de toneladas, impulsionada pelas chuvas regulares que favoreceram o desenvolvimento das lavouras.
Enquanto o clima também beneficia as plantações argentinas, cuja safra pode alcançar 53 milhões de toneladas, os Estados Unidos enfrentam baixa demanda externa. O USDA relatou uma queda de 3,47% nas exportações semanais de soja norte-americana, que somaram 1,67 milhão de toneladas.
Trigo: preços estáveis diante de cenários opostos
Os preços do trigo apresentaram pouca variação em Chicago, com os contratos para março registrando leve recuo de 0,41%, a US$ 5,50 por bushel.
Entre os fatores baixistas, destaca-se a valorização do dólar frente ao euro, que reduz a competitividade do trigo americano no mercado internacional. Por outro lado, medidas adotadas por grandes exportadores, como Ucrânia e Rússia, para impor preços mínimos nas exportações, podem limitar a oferta global e trazer suporte aos preços no médio prazo.
Milho: leve alta com dados favoráveis de exportação
O milho encerrou o dia em alta na Bolsa de Chicago, com os contratos para março subindo 0,68%, a US$ 4,45 por bushel.
O movimento positivo foi impulsionado por dados do USDA, que apontaram um aumento de 6,6% nas exportações semanais de milho dos EUA, totalizando 1,12 milhão de toneladas. O bom desempenho nas exportações ajudou a sustentar o mercado, mesmo diante de um cenário de ampla oferta global.
O ambiente agrícola global, marcado por safra recorde no Brasil e incertezas no comércio internacional, deve continuar influenciando as cotações das principais commodities nos próximos meses.