Após três dias de alta consecutiva, os contratos de soja na Bolsa de Chicago registraram queda nesta quinta-feira (22/8). Os contratos para novembro fecharam com uma desvalorização de 2,04%, sendo cotados a US$ 9,6150 por bushel. Segundo Leonardo Martini, consultor em gerenciamento de risco da StoneX, os preços retomaram a trajetória de baixa, refletindo as expectativas de uma safra robusta nos Estados Unidos.
Martini destaca que as cotações ensaiaram uma recuperação recentemente, impulsionadas por vendas estratégicas do produtor americano que aproveitou as elevações para fechar negócios. No entanto, a percepção de uma ampla oferta de soja nos EUA, que vem pressionando o mercado, ainda prevalece. A Pro Farmer, expedição que avalia as principais áreas produtoras dos EUA, reportou um aumento de 11,7% no número de vagens de soja em comparação com a última temporada, o que reforça o otimismo quanto à safra americana.
Em sua última projeção, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estimou uma produção de 124,9 milhões de toneladas de soja para o ciclo 2024/25, representando um aumento de 10,2% em relação à safra 2023/24.
Trigo Também em Queda
O trigo seguiu o movimento de baixa registrado na sessão anterior em Chicago, com os contratos para dezembro caindo 1,56%, para US$ 5,3550 por bushel. De acordo com a T&F Consultoria Agroeconômica, essa desvalorização é resultado de correções técnicas realizadas por fundos de investimento, além do impacto da colheita em andamento no Hemisfério Norte. A greve dos trabalhadores ferroviários no Canadá também influenciou os preços, com a ameaça de demissões em massa que pode afetar o transporte e as exportações de trigo dos EUA.
Milho Acompanha Desvalorização
O milho seguiu a tendência de queda dos demais grãos na Bolsa de Chicago, com os contratos para dezembro fechando em baixa de 1,19%, a US$ 3,9350 por bushel. Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado, afirma que o contrato de dezembro pode atingir o preço mínimo americano, em torno de US$ 3,70 por bushel, com a aproximação da colheita nos EUA, prevista para começar em até 15 dias.
A expectativa de uma produção acima do previsto nos EUA também contribui para a pressão negativa sobre os preços. A expedição Pro Farmer, que está percorrendo as principais áreas produtoras do país, relata rendimentos recordes no estado de Illinois, o que reforça a perspectiva de uma oferta elevada.
Fonte: stoneX