Redação AI 23/08/2004 – Apesar do grande déficit produtivo do Estado e da forte estiagem que causou grandes perdas na colheita, o preço do milho continua em queda em Santa Catarina. Segundo o Instituto Cepa, somente entre junho e julho a cotação paga ao produtor caiu 5,6% na região de Chapecó. Com a soja, a queda no período foi ainda maior: 10,7%.
Na Cooperativa Regional Alfa (Cooperalfa), os armazéns permanecem lotados com a produção de milho da safra passada. A Cooperalfa, que congrega 9.600 famílias associadas em 32 diferentes municípios do Oeste Catarinense é a maior cooperativa do Estado. O motivo de manter o cereal em estoque é o baixo preço do mercado (R$ 16,50, na sexta-feira) que não incentiva a venda. “Tenho 100 sacos estocados desde 2003. Fica ruim vender com esse preço”, reclama o agricultor Ademir Orso.
Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, faltam ações de incentivo à produção de milho. “O governo tem apenas um programa (Troca-troca) que é insuficiente para a auto produção no Estado. O grande problema do déficit em Santa Catarina é que o preço oscila muito e, na maioria das vezes, negativamente, desestimulando o produtor.
Outro problema é quanto à burocracia do sistema financeiro para a liberação de recursos para investimentos em lavouras. É provável que quem produz milho migre para o soja, pois a produção é mais barata. Com certeza continuaremos importando milho”, conclui Pedrozo. Santa Catarina compra em média um milhão de toneladas de milho por ano.