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Clima

A volta do El Niño

<p>Fenômeno climático pode reaparecer no segundo semestre, afetando os preços de commodities.</p>

A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) alerta que o fenômeno El Niño poderá reaparecer neste segundo semestre, e o mercado financeiro já avalia o impacto sobre as culturas agrícolas e a cotação das commodities.

Para o banco francês Natixis, os produtos agrícolas com mais risco de serem afetados pelo fenômeno climático são o açúcar, o óleo de palma e o cacau, elevando seus preços no mercado internacional.

O El Niño provoca inundações na América do Sul, seca no sul da Ásia e na Austrália. A OMM diz que, como o fenômeno se produz a cada quatro ou cinco anos, há mais de 50% de chances de que se manifeste nos próximos meses.

De acordo com o Natixis, o El Niño pode ter impacto determinante, em primeiro lugar, na cotação de açúcar, que já teve os preços elevados em 33% este ano. Na colheita de 1997/98, o déficit de 400 mil toneladas na produção da Índia, provocado pelo fenômeno climático, fora compensado por um ligeiro excedente mundial e alta da produção de açúcar no Brasil.

A situação agora é “mais grave”: juntando o déficit na produção de 4,2 milhões de toneladas em 2009/10, o preço do produto pode aumentar ainda mais se os canaviais indianos forem severamente afetados. Analistas notam que isso é possível, porque o país registra fracas chuvas e conhece sua pior monção em 80 anos.

O óleo de palma já tem uma situação apertada no lado da oferta. A Indonésia, maior produtor com 45% da produção global, e grande consumidor de açúcar e arroz, enfrenta clima seco. A produção de cacau aumentou pouco, o estoque é baixo e o reaparecimento de El Niño pode provocar forte alta da cotação.

A produção indonésia de cacau para 2009/10 também poderá ser afetada duramente pelo fenômeno climático. O país é o terceiro produtor mundial, atrás da Costa do Marfin e de Gana. O mercado já incorporou o fator El Niño no preço, e os preços futuros ganharam 16% entre metade de junho e de julho, alcançando 1.824 libras esterlinas por tonelada, segundo o banco francês.