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Abramilho defende liberação definitiva do milho transgênico para enfrentar escassez

<p>O esperado recorde de exportações brasileiras de milho em 2007, ao redor de 11,5 milhões de toneladas, está trazendo conseqüências negativas para o abastecimento do mercado interno.</p>

Redação (26/11/2007)- Diante dos anunciados problemas de abastecimento de milho no mercado interno, previstos para o primeiro trimestre de 2008, o presidente da Abramilho, – Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Odacir Klein defende a liberação “com urgência” das variedades de milho transgênico, cuja liberação aos produtores brasileiros continua impedida pela Justiça.  “Estamos defasados tecnologicamente em relação ao milho transgênico por conta de processos de fundo ideológico e é preciso acelerar esse desempedimento judicial. Não tem sentido, mais uma vez, ter que recorrer às importações do milho transgênico argentino e, ao mesmo tempo, não poder plantá-lo em nosso território”.

O esperado recorde de exportações brasileiras de milho em 2007, ao redor de 11,5 milhões de toneladas, está trazendo conseqüências negativas para o abastecimento do mercado interno. O setor de avicultura antevê um colapso de abastecimento para os meses de fevereiro e março, enquanto os preços sobem e o setor alega não ter condições de fazer estoques. De acordo com o Centro de Pesquisas Avançadas em Economia Aplicada (Cepea) os preços internos do milho atingiram o maior nível dos últimos 10 anos. 

No Sul e Sudeste, o preço da saca de 60 quilos teve uma alta de 30% nos últimos três meses chegando a R$ 32,00 e os empresários do setor já falam em redução do plantel de frango e de poedeiras. Atualmente a tonelada de milho brasileiro está US$ 100 mais cara do que a tonelada de milho argentino, por exemplo, que poderia chegar ao Sul e Sudeste por até R$ 29,00 a saca.

A Conab – Companhia Nacional de Abastecimento avalia que o  estoque de passagem desta para a próxima safra, estimado em 6,7 milhões de toneladas, garantirá o abastecimento até janeiro, quando começará a colheita da chamada “safrinha” ou safra de verão de milho. Os representantes da avicultura alegam, no entanto, que a “safrinha” está atrasada devido a problemas de estiagem e de geadas, tanto no Sul como no Sudeste. Para os empresários do setor, é crucial a manutenção dos leilões por parte do governo, mas o temor é que de que possa não haver estoques suficientes.

Klein, ex-secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, considera que o atual problema de abastecimento é conjuntural e deve ser resolvido como tal. Observa, porém, que é preciso pensar a médio prazo para que a situação não venha a se repetir no próximo ano. “A Abramilho prevê que as exportações vão continuar aceleradas em 2008 e o Brasil não pode perder posição internacional. A solução será aumentar a produção e, para isso, há duas vias: ou aumento de produtividade ou expansão da área de plantio”. Para a Abramilho, no curto prazo, o Brasil deve liberar as variedades de milho transgênico, como forma de garantir aos produtores as mesmas condições tecnológicas dos produtores internacionais, em especial dos argentinos.