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Meio Ambiente

Acordo da soja

Moratória da soja é renovada entre cadeia produtiva e Governo. Oleaginosa não pode ser plantada em áreas desmatadas na Amazônia.

Acordo da soja

Pelo terceiro ano consecutivo, representantes do setor produtivo de soja no Brasil firmaram acordo com o governo federal comprometendo-se a não comprar o produto cultivado em áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2006. A moratória da soja foi assinada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e por duas entidades que, juntas, representam mais de 90% da cadeia produtiva da oleaginosa no país, a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

O acordo ocorreu durante evento na quinta-feira (08) em São Paulo para comemorar os três anos da moratória, no qual também se firmou uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para aplicar uma nova ferramenta de monitoramento, que detecta com mais precisão a presença de culturas agrícolas em áreas de recente derrubada de árvores. A nova tecnologia permite que áreas a partir de 25 hectares de desmatamento já possam ser monitoradas.

Segundo os dados divulgados pelo Inpe no evento, o primeiro monitoramento, feito na safra de 2007/2008, analisou uma área de 49.809 hectares da Amazônia, não identificando nenhum plantio de soja. Já no terceiro monitoramento, de 2009/2010, foi possível analisar uma superfície mais de seis vezes maior, com 302.149 hectares. Desse total, 6,3 mil apresentavam plantio de soja. Tal área corresponde a 0,25% do desmatamento ocorrido no bioma amazônico nos estados de Mato Grosso, Pará e Rondônia entre 2007 e 2009.

Para Fábio Trigueirinho, secretário geral da Abiove, o monitoramento ajudará a conhecer melhor as áreas produtoras do grão. “Com a utilização de imagens de satélite, podemos verificar a possibilidade de plantio em áreas pré-selecionadas pelo Inpe, e depois checamos se existem condições adequadas para a produção na região indicada”, disse Trigueirinho.

Requisitos internacionais – A ministra Izabella Teixeira afirmou no encontro que os produtores de soja representam um setor da agricultura brasileira que se esforça por avançar economicamente protegendo biomas nacionais. Nesse sentido, buscam atender a demanda crescente dos mercados internacionais, que cada vez mais exigem produtos certificados. “Os resultados são promissores, mas os desafios para se avançar em relação a uma agenda ambiental ainda são muito grandes”, afirmou a ministra.