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Agência Rural reduz estimativa de safra de soja do Brasil

Problemas de seca em dezembro no Sul do País comprometeram a safra.

Redação (28/01/2009)- A safra de soja do Brasil 2008/09 foi estimada nesta quarta-feira em 57,73 milhões de t, de acordo com levantamento da consultoria Agência Rural, que reduziu a sua previsão em comparação ao número de dezembro de 60,51 milhões de t. Na temporada anterior (2007/08), o Brasil produziu um recorde de 60 milhões de t de soja.

"Problemas de seca em dezembro no Sul do País comprometeram a safra. No Paraná vai ficar bem menor do que no ano passado. No Rio Grande do Sul, a redução (ante a estimativa anterior) é menos acentuada, pois a seca pegou a soja em fase vegetativa. Já no Paraná, pegou na fase reprodutiva", afirmou o analista da Agência Rural, Eduardo Godoi.

A soja em período reprodutivo necessita mais de umidade, observou o analista.

"O sul de Mato Grosso do Sul também foi afetado", acrescentou. A estimativa para o Mato Grosso, o maior produtor nacional, onde a colheita já começou, não foi alterada em relação a dezembro, ficando em 17,28 milhões de t, ante 17,8 milhões t na temporada passada.

As condições climáticas em Mato Grosso, onde a área sofreu pequena redução comparada a 07/08, são consideradas satisfatórias até o momento.

"Algumas regiões de Mato Grosso chegaram a ficar mais secas, mas o clima seco não permitiu que a ferrugem (doença fúngica) se espalhasse. A sanidade compensou a falta de chuva", destacou o analista, admitindo que o quadro de produção no Estado tem menos chances de ser mudado.

Nos Estados do Sul, no entanto, as chuvas ainda são necessárias. "Se parar de chover no Rio Grande do Sul é muito pior do que no Mato Grosso", explicou Godoi.

No Paraná, segundo produtor de soja do País, a Agência Rural estimou a safra em 10,32 milhões de t, ante 11,76 milhões de t em dezembro e 11,89 milhões de t na temporada anterior. O Paraná também já iniciou a colheita.

No Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor, a produção foi estimada pela consultoria em 7,95 milhões de t, contra 8,65 milhões de t em dezembro e 7,77 milhões de t em 07/08.

Em agosto, antes de a crise financeira se acentuar, a Agência Rural chegou a prever a safra de soja do Brasil em 64 milhões de t, com um plantio de 22,5 milhões de hectares, agora estimado em 21,69 milhões de hectares, contra 21,3 milhões em 07/08.

No final do ano passado, antes de a seca resultar nos prejuízos, a consultoria havia reduzido sua previsão de área.

A colheita já começou também em Goiás, onde a safra está estimada em 6,58 milhões de t, ante 6,69 milhões de t em 07/08.

Comercialização
Já a comercialização avançou nas últimas semanas de maneira significativa, com preços no mercado internacional mais firmes e também com o câmbio favorável para vendas dos produtores.

As vendas antecipadas passaram de 18% da safra estimada na previsão de dezembro para 29% da previsão de colheita.

"(A bolsa de) Chicago subiu para valores acima de US$ 10 por bushel, o câmbio ficou na casa de R$ 2,4, levando os preços em reais para cima", declarou o analista da Agência Rural. "O Brasil inteiro comercializou (antecipadamente) 6 milhões de t desde o final do ano passado", completou.

Apesar do avanço, os negócios não estão tão avançados como em 07/08, quando nesta época o Brasil já havia negociado 52% da safra. No início da safra 08/09 a crise financeira e a volatilidade de preços dificultaram as transações.

O Mato Grosso, Estado que tradicionalmente lidera as vendas, já comprometeu 45% de sua produção estimada para 08/09, ante 30% no levantamento do mês passado e 73% na mesma época do ano passado.

Já o Paraná, onde tradicionalmente os negócios ocorrem mais para frente, vendeu apenas 16% de sua safra, contra 11% em dezembro e 50% em janeiro do ano passado.

Os gaúchos venderam 12% da safra estimada antecipadamente, contra 9% em dezembro e contra 20% na mesma época do ano passado.