O coordenador estadual da Comissão de Defesa Vegetal da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wanderlei Dias Guerra, lançou ontem (29/09) um alerta aos produtores mato-grossenses de soja quanto aos riscos de incidência da ferrugem asiática. Segundo ele, até o momento – decorridas duas semanas de plantio na atual temporada – ainda não há informações sobre o registro de casos em Mato Grosso. Porém, a época crítica do início das ocorrências ainda não começou.
“Os produtores devem ficar atentos às áreas onde ele não fez a destruição total das plantas tigüeras, sobretudo nas lavouras de milheto e girassol”, destacou. Lembrou que mesmo a planta ainda não estando mais suscetível à ferrugem – início do florescimento – “ainda assim há risco de ser infectada por conta dos poros que estão do lado”.
“Mesmo no estado vegetativo, a planta pode adquirir ferrugem. Se o agricultor passar dessecante sem incorporar o resto da cultura, o risco é maior, por isso deve-se ter muita atenção agora”. Constatando a presença da ferrugem, o produtor terá de fazer a pulverização imediata, possivelmente com duas aplicações de fungicidas.
“Nessa hora o produtor vai perceber que o que ele economizou não fazendo a correta destruição das plantas tigueras, terá de prejuízo com o custo da aplicação de fungicidas. Além do prejuízo ser maior, o produtor pode ainda ter perdas com a queda de produtividade”.
Aprosoja – Segundo ele, há registros de plantas tigueras em pelo menos três estados – Mato Grosso do Sul, Tocantins e Goiás. “Em Mato Grosso a situação está aparentemente tranquila porque tivemos um bom vazio sanitário, com acompanhamento da fiscalização e ampla adesão dos produtores. Mas ainda não podemos descartar a possibilidade de registros também em nosso Estado”, afirmou Ribas.
No ano passado foram confirmados 329 casos de ferrugem, contra 302 em 2007. O número de municípios com a presença da doença também aumentou: passou de 22 para 38, aumento de 72,72% de um ano para o outro.
No país, o número estabeleceu novo recorde – 2,81 mil focos – crescimento de 33,81% em relação ao número de casos detectados em 2008 (2,10 mil focos).
Em Mato Grosso, o número de amostras colhidas aumentou 69,21%, passando de 1,88 mil, em 2008, para 3,18 mil este ano. A cobertura nos municípios também foi maior em 2008, daí a explicação para a ocorrência de um maior número de focos, já que o volume de amostras foi bem maior.
O município com o maior número de casos registrados no ano passado foi Campo Novo do Parecis (50), seguido de Primavera do Leste e Campos de Júlio (com 35 focos cada), Canarana e Campo Verde (24 focos), Nova Mutum (19), Sorriso (17), Querência (11) e Diamantino.
Ferrugem – A ferrugem asiática é uma doença provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi que ataca as folhas da soja e reduz o processo de fotossíntese da planta, causando perda de produtividade durante o período de “enchimento” do grão. A proliferação é muito rápida e, se não houver controle imediato, a doença pode se espalhar por toda a lavoura.
Segundo os agrônomos, a época propícia para o ataque da ferrugem é quando há ocorrência de chuvas e sol quente. A única forma de combater e controlar a ferrugem é através da aplicação de fungicidas.