A alimentação animal desempenha um papel essencial no atendimento à crescente demanda por proteína animal, especialmente nas cadeias produtivas de aves e suínos. Representando até 70% do custo final da produção, oscilações do mercado, decorrentes de inúmeras variáveis, impactam diretamente o setor. No primeiro trimestre de 2023, os números apresentados em um estudo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) apontam uma produção total de rações de 20,5 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo das 20,7 milhões de toneladas alcançadas no último trimestre do ano anterior, representando um recuo de 1,1%.
“Embora esse resultado indique uma pequena queda em relação ao trimestre anterior, o setor obteve um crescimento de 1,3% ao longo de 2022 e projeta um avanço um pouco acima de 2% para este ano”, explica o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani em entrevista a Gessulli Agrímidia.
As estatísticas apontam que a produção de rações para setores de aves e suinos avançou nesse período, em comparação ao mesmo período do ano anterior e também em relação ao último trimestre de 2022.
Veja figura a seguir:
“Tanto a produção de rações para frangos de corte quanto para suínos avançou no primeiro trimestre de 2023, seja em relação ao mesmo período do ano passado e também em relação ao último trimestre de 2022”, ressalta Zani. Essa constância no desempenho das cadeias produtivas mostra uma resiliência do setor, que se manteve estável mesmo diante de algumas oscilações na produção total de rações.
Perspectivas futuras: avanço das cadeias produtivas de aves e suínos
Olhando adiante, as perspectivas para os setores de aves e suínos são bastante promissoras. O desempenho da indústria de alimentação animal está intrinsecamente ligado às projeções dos produtores desses segmentos. Com base nessas estimativas, espera-se um avanço de 1,3% na demanda por rações para aves e um crescimento ainda mais expressivo, podendo chegar a 4%, para a produção de suínos nos próximos meses.
Essa previsão positiva é impulsionada, em parte, pela redução dos preços dos insumos utilizados na fabricação das rações. Ariovaldo Zani comenta: “Durante os últimos meses, o custo das principais commodities da alimentação animal, como o milho e o farelo de soja, vem sendo pressionado por conta das generosas safras já realizadas e outras esperadas, além da hipotética recomposição dos estoques”. Essa redução nos preços dos insumos é resultado de um cenário favorável de safras e da recuperação da demanda após o surto da pandemia de COVID-19, bem como das dificuldades enfrentadas no comércio internacional.
No entanto, apesar da tendência de redução de preços, é preciso cautela. Ainda há desafios que podem impactar o setor ao longo do ano, como intempéries climáticas, proliferação de pragas, gargalos de armazenagem e escoamento.
Ariovaldo Zani alerta: “A maioria dos observadores aposta que a pecuária não será atormentada pela escassez, mas é necessário acompanhar a desenvoltura da colheita do milho.”