Redação (18/01/07) – Hoje, a saca entregue na granja custa em torno de R$ 22,00. A avaliação do setor é de que essa situação deve perdurar pelo menos até fevereiro, quando já deve estar chegando ao mercado consideráveis estoques do grão da safra 2006/2007. A médio prazo, entretanto, as expectativas são positivas, principalmente devido aos cenários favoráveis às exportações. O presidente da Associação Goiana de Suinocultores (AGS), Eugênio Arantes Pires, diz que no momento o setor opera no vermelho, com a cotação do quilo vivo do suíno oscilando ao redor de R$ 1,90, para um custos de produção de R$ 2,10, em média. Ele admite, entretanto, que o quadro deve melhorar sensivelmente a partir de março, quando a Rússia, que é destino de 51% das exportações brasileiras de carne suína, retomará as compras do produto em Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina. Outra expectativa positiva, segundo Eugênio Arantes, é a de que a Organização Internacional de Epizootias (OIE) reconheça o Estado de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação. “Caso isso ocorra, como é esperado, certamente a União Européia e o Japão farão grandes importações de carne suína daquele Estado, que é o maior produtor do País. Isso contribuirá para o enxugamento de todo o mercado interno”, argumenta o presidente da AGS. R$ 22 Esse é o valor da saca do milho entregue na granja. Preço alto prejudica setor. O presidente da Associação Goiana de Avicultura (AGA) Uacir Bernardes, também aponta as elevadas cotações do milho e do sorgo com uma das principais dificuldades atuais do segmento. “Não se pode fugir à realidade de que 70% dos custos do frango são compostos pelas rações e que o milho responde para 49% dos custos dessas rações”, diz Uacir Bernardes, admitindo, porém, que o segmento ainda está conseguindo empatar custos de produção com preços do produto. O presidente da AGA prevê crescimento do segmento em Goiás ao longo do ano, tendo em vista os projetos de ampliação de empresas avícolas já anunciados. Segundo ele, o Estado que atualmente é o 6 maior produtor de frangos do País, pode chegar ao final do ano como o 5. Conforme Uacir Bernardes, no ano passado, pela primeira vez na história, o brasileiro consumiu mais carne de frango que de bovino. Ele admite, entretanto, que o fato se deve muito mais aos baixos preços do frango que propriamente a um mudança de hábito alimentar da população.
Alta do milho pressiona granjas
<p>Aumento do preço do produto eleva custos de produção, o que faz com que o setor opere no vermelho.</p>