A antecipação da safra mato-grossense de soja 2011/12, fez a diferença no mercado ao ofertar os primeiros grãos da nova temporada, produção que chegou ainda no período de entressafra mundial e isso não apenas elevou as vendas externas a números mensais recordes para março, como também alterou o ranking estadual dos municípios que mais embarcaram a oleaginosa neste primeiro trimestre do ano. Juntos, os cinco maiores exportadores de Mato Grosso geraram receita de US$ 950,64 milhões nos três primeiros meses do ano e quatro deles superaram recordes do mesmo período de 2011.
Sapezal (470 quilômetros ao nordeste de Cuiabá) segue líder, como era em fevereiro e no primeiro trimestre do ano passado, mas Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá) cedeu em março a segunda posição que ocupava em fevereiro para Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), município que recuperou a colocação conquistada no fim do primeiro trimestre de 2011. Os dados foram divulgados nessa segunda-feira (17) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Como explica o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio antecipado fez com que a colheita começasse mais cedo e essa dinâmica fez com as exportações da soja, principalmente em grão, atingissem níveis recordes para a série histórica mensal dos embarques. “Foram 2,4 milhões de toneladas”. Como Mato Grosso foi o único com estoque de soja disponível, já que outras regiões do Brasil tiveram atraso na colheita por motivos de clima, a maioria dos países importadores buscou o produto no Estado para comprar e também devido à sua ótima qualidade.
A preferência pela soja em grão explica as alterações no ranking estadual. Sapezal e Sorriso, primeiro e segundo lugar no Estado, são eminentemente agrícolas e por isso tiveram performance positiva sobre números que já eram recordes em 2011. A receita de Sapezal atingiu US$ 247,94 milhões, alta de 24% em relação ao saldo do primeiro trimestre de 2011, em US$ 199,82 milhões. Sorriso, que detém a maior área cultivada de soja no mundo – são mais 600 mil hectares – ampliou a receita em 48,70%, ao contabilizar US$ 227,73 milhões ante US$ 139,85 milhões.
Rondonópolis, conhecido pela força da agroindústria, perdeu posição, mas contabiliza negócios 45,67% superiores ao registrado em igual período do ano passado, mas o volume comercializado não foi suficiente para superar Sapezal e Sorriso. Conforme dados do Mdic, Rondonópolis contabilizou no trimestre vendas de US$ 203,72 milhões ante US$ 139,85 no ano passado.
Campo Novo do Parecis (396 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), quarto colocado neste trimestre, manteve a mesma posição conquistada em igual período do ano passado, mas registra perdas de 9,3% em relação à receita. Os embarques dos três primeiros meses deste ano somam US$ 137,71 milhões ante US$ 151,84 milhões do mesmo período do ano passado.
Na comparação anual do ranking estadual, sai Alto Araguaia e entra Nova Mutum (269 quilômetros ao norte de Cuiabá), que registra a maior variação relativa do período entre os cinco maiores do ranking, com expansão de 89,44%. As vendas de soja em grão, basicamente, somaram US$ 133,54 milhões ante US$ 70,49 milhões entre janeiro e março do ano passado. Alto Araguaia (415 quilômetros ao sul de Cuiabá) não está entre os grandes produtores do grão no Estado e seu status de grande exportador, como o observado no ano passado, se deu em função de chancelas. Pelo município correm os trilhos da ferrovia Senador Vicente Vuolo que escoa parte da produção estadual até o porto de Santos (SP), de onde parte para Europa e Ásia.