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Apesar de baixas, soja terá área recorde na Argentina

<p>País é o terceiro maior exportador mundial de soja e o maior fornecedor global de óleo e farelo.</p>

Redação (14/08/2008)- A soja continua no auge da sua popularidade entre os agricultores argentinos, que devem dedicar uma área recorde à cultura neste ano, apesar da queda na cotação internacional do produto.

A Argentina é o terceiro maior exportador mundial de soja e o maior fornecedor global de óleo e farelo. A área cultivada mais do que duplicou na última década, e a atual safra pode superar as 50 milhões de toneladas pela primeira vez na história.

"Os preços da soja não estão tão bons quanto há um mês, mas mesmo assim cultivar milho e outros produtos é muito mais caro, mais vulnerável a secas e mais arriscado", disse Ricardo Baccarin, analista da consultoria Panagricola, que prevê um aumento de 7 por cento na área cultivada com soja neste ano, atingindo 17,8 milhões de hectares.

Neste ano, para tentar conter a área dedicada a cultivos de exportação, o governo adotou um novo imposto sobre a soja, ao mesmo tempo em que reduziu a carga tributária sobre o milho e o trigo, que têm mais impacto sobre a inflação.

A nova política tributária, porém, acabou sendo cancelada após quatro meses de protestos ruralistas.

A incerteza sobre a política agrícola do governo acaba justamente valorizando esse caráter "seguro" da soja, em detrimento do milho e do trigo, que o governo esperava incentivar.

Em muitas regiões, a seca fez os fazendeiros desistirem de semear trigo, deixando os campos vagos até o início da temporada de plantio da soja, em outubro.

"Há milhões de hectares a menos com trigo, e grande parte disso será usada para a soja", disse Pablo Adreani, da consultoria Agripac.

Outros reduziram os planos de plantio de milho devido à alta no preço dos fertilizantes – outra vantagem da soja, que exige menos desse produto.

A Argentina colheu 46,5 milhões de toneladas de soja na safra 2007/2008, em 16,6 milhões de hectares. Na safra anterior, com o clima favorável, a produção foi recorde, de 47,5 milhões de toneladas. Tudo indica que a próxima safra chegue a 52 milhões de toneladas.

"[A soja] representa o menor gasto por hectare, é a aposta mais segura, porque os agricultores sabem como lidar com ela e é menos dependente do clima bom do que outros cultivos", disse Rodolfo Rossi, presidente da Acsoja, entidade do setor. Ele estima a próxima safra em 49 milhões de toneladas.

Nesta semana, o Departamento de Agricultura dos EUA elevou sua previsão da produção argentina de 48 para 49,5 milhões de toneladas.