Redação (23/03/2009)- O preço da soja no mercado internacional permanece em um patamar inferior ao registrado na virada de 2008 para 2009, mas deu na semana passada novos sinais de fortalecimento. O movimento ocorre mesmo no período de colheita nas lavouras de Brasil e Argentina, dois dos maiores produtores mundiais do grão.
A alta acumulada entre segunda e sexta-feira foi a mais forte no período de uma semana registrada neste ano na bolsa de Chicago. Os contratos de segunda posição de entrega, normalmente os de maior liquidez, avançaram 8,27% na semana, segundo o Valor Data.
Os papéis para julho, atualmente os de segunda posição de entrega, fecharam a sexta-feira negociados por US$ 9,49 por bushel. Em março, a alta dos papéis de segunda posição é de 8,83%. No ano, em contrapartida, a queda é de 3,16%. Além do café, a soja foi a única entre as oito principais commodities agrícolas negociadas pelo Brasil no mercado internacional a fechar em alta todos os dias da semana passada.
No momento, os fundamentos de oferta e demanda têm sido menos decisivos para os preços da soja, segundo Daniele Siqueira, analista da Agência Rural. "O anúncio do Fed [Federal Reserve, o banco central americano] de injeção de dinheiro na economia teve maior influência sobre os preços", disse. A indecisão sobre as tarifas de exportação na Argentina – para barrar o imposto para embarques, os produtores ameaçam não vender ao exterior – também tem elevado os preços, segundo a analista.
A soja teve semana de valorização também no mercado interno. Na BM&FBovespa, os contratos de segunda posição subiram 7,10% no período, para US$ 21,28 por saca – em março, a alta é de 9,13%. Em Rondonópolis (MT), o pico do preço da saca de 60 quilos foi de R$ 40,50, segundo a Agência Rural. Na semana anterior, havia sido de R$ 39.