A estimativa é da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento: a safra de grãos 2010 deve ser de mais de 146 milhões de toneladas de milho, soja, café, trigo, arroz e feijão. Um índice é 8,7% maior que na safra passada. Para os produtores do Paraná, Goiás, Minas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, o maior problema ainda é a falta de armazéns nas áreas de produção.
O Brasil tem 17.306 armazéns ativos, com uma capacidade de 132 milhões e 470 mil toneladas. Segundo dados do Ministério da Agricultura, apenas 15% são particulares – enquanto em outros países o índice passa de 50% – e menos de 20% da capacidade de armazenagem ficam dentro de propriedades rurais.
Para a Conab, o ideal é que a capacidade total de estocagem fosse 20% superior à safra, mas a própria rede oficial da Companhia é pequena, se comparada à super safra esperada: são 94 unidades (granel, convencional e frigorífica), com 175 armazéns espalhados pelo País, com capacidade para 2 milhões e 159 mil toneladas.
Antecipando as certificações
Mas, no que depender de algumas redes armazenadoras, essa realidade pode mudar. A preocupação com a falta de espaço para as safras cada vez maiores, está fazendo com que muitas empresas do setor não esperem até 31 de dezembro de 2013, quando termina o prazo para que todas as unidades armazenadoras se adequem à Instrução Normativa nº3 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A certificação é obrigatória para as pessoas jurídicas que prestam serviços remunerados de armazenagem de produtos agropecuários a terceiros.
O IGCert – Instituto Genesis Certificadora, a primeira do Brasil a fazer uma certificação de Unidades Armazenadoras, em 2008, tem hoje mais de 400 processos em andamento, onde a capacidade de armazenagem passa dos 16,5 milhões de toneladas.
Nos últimos dias, o IGCert emitiu certificados para mais 30 Unidades. Ao todo, são 68 armazéns, com capacidade para 1 milhão e 213 mil toneladas, de empresas e cooperativas como a Cooxupe – Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupe; Expocaccer-Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado, em Patrocínio; Armazéns Gerais Leste de Minas e Cooperativa Agrícola Mista de Iraí, todos de Minas Gerais; Irmãos Bochi e Cia, de Sta. Izabel do Oeste, no Paraná; Cereal Armazéns Gerais, nos municípios de Rio Verde e Ponta da Pedra, em Goiás; Porto AgroAlimentos, de Cacequi, RS e Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense, de Deodápolis, MS.
Essas unidades receberam a certificação porque os armazéns cumprem os requisitos obrigatórios, que incluem desde os procedimentos corretos para guarda e conservação dos produtos até a capacitação técnica da mão-de-obra, a higienização de máquinas e equipamentos, controle de pragas e a segurança das unidades armazenadoras.
Segundo o Ministério da Agricultura, cumprindo com esses requisitos, as Unidades Armazenadoras ajudam a dimuir as perdas nas safras, a garantir a qualidade dos produtos no mercado interno, tornam mais transparente o relacionamento entre os produtores, armazenadores e a sociedade e, ainda, aumentam a competitividade do agronegócio brasileiro no exigente mercado internacional. As informações são de assessoria de imprensa.