Redação (14/01/2009)- A produção agrícola baiana quebrou recordes em 2008, registrando a maior safra de todos os tempos, com a marca de 6,3 milhões de toneladas de grãos em uma área superior a 2,7 mil hectares. Dados divulgados no relatório da Secretaria da Agricultura (Seagri) apontam para um faturamento de R$ 17,9 bilhões, que representa um crescimento real de 21,9% em relação a 2007. Na pauta de exportações do estado, o agronegócio continua se destacando e mantendo significativa participação.
A soja foi a cultura que mais contribuiu na composição do volume de grãos produzidos no estado, com uma colheita de 2,7 milhões de toneladas, seguida do milho, com 1,88 milhão de toneladas colhidas, e do algodão, com uma produção de 1,16 milhão de toneladas. A cotonicultura baiana mantém com tranquilidade o segundo lugar no ranking nacional, com destaque ainda para as culturas da mamona e do sorgo.
Com uma produção caracterizada pelo dinamismo, diversificação e competitividade, a fruticultura baiana é responsável por uma bem-sucedida trajetória no mercado internacional, com uma movimentação financeira de US$ 124 milhões/ano. Os principais destinos das frutas e suas preparações são Países Baixos (Holanda), EUA, Reino Unido e Portugal. O segmento é composto de pólos agroindustriais especializados na produção de polpas, sucos, concentrados e doces.
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A produção das principais frutas do estado chegou à marca, em 2008, de 6,6 milhões de toneladas – 39% superior à produção de 2007. A área colhida também apresentou crescimento. Foram mais de 340 mil hectares, sendo 109 mil irrigados.
O estado também se posicionou de forma destacada na pecuária, despontando como líder na criação de bovinos no Nordeste. O plantel de caprinos e ovinos, com 4,7 milhões de cabeças e 3,6 milhões de cabeças, respectivamente, coloca a Bahia em primeiro e segundo lugares no ranking nacional.
Destaca-se também a avicultura baiana, que ficou em primeiro lugar na produção de frango de corte no Nordeste e sétimo lugar a nível nacional, contribuindo com aproximadamente 28% da produção regional.
Defesa animal e vegetal
Para assegurar a qualidade dos produtos de origem animal e vegetal importados pelo estado, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) tem reforçado as ações de fiscalização nas barreiras sanitárias.
Com as apreensões, foram retiradas de circulação 91,5 toneladas de produtos impróprios para o consumo, dentre eles 72,7 toneladas de produtos de origem animal e 18,85 de origem vegetal, que certamente teriam como destino final a mesa dos baianos. As operações contam sempre com a participação da Polícia Rodoviária Federal.
Além de fiscalizar, a Adab realiza atividades de educação sanitária através de palestras, apresentação de peças teatrais, distribuição de material didático e exibição de vídeos educativos sobre a importância de se consumir apenas produtos inspecionados.
A intenção é, por meio das campanhas educativas, transformar os consumidores nos verdadeiros fiscais desses produtos. Para isso, o órgão busca o envolvimento das prefeituras, autoridades locais, produtores e representantes do Judiciário, alertando-os sobre os riscos dos estabelecimentos com atividades clandestinas e as vantagens da regularização dessas atividades para cada região que integra o estado.
Desenvolvimento sustentável
Prioridade do Governo do Estado, a agricultura familiar também comemora importantes resultados, como o aumento da produtividade, além da ampliação do acesso à assistência técnica, tecnologias e a criação de novas políticas de incentivo à comercialização, a exemplo da criação do Selo da Agricultura Familiar.
Para agregar valor à produção e ampliar a renda do produtor, a agroindústria recebeu importantes incentivos. Somente em dezembro do ano passado, foram assinados 35 convênios, num total de R$ 5,8 milhões, para construção de 28 casas de mel e entrepostos comerciais e implantação da primeira biofábrica de frutas tropicais do semiárido.
Com a política de distribuição de sementes, que gera autonomia para o cultivo nas lavouras, foram investidos R$ 15 milhões para a estruturação de 600 bancos de semente.
Através do programa Semeando, a Seagri beneficiou 135 mil famílias nas safras verão e inverno de 2007/2008, com a distribuição de 6,236 mil toneladas de grãos de melhor qualidade e resistência.
A estimativa da Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf) é de que na safra verão 2008/2009 mais 80 mil agricultores familiares sejam contemplados com a distribuição de 1,3 mil toneladas de sementes de culturas alimentares, como milho, feijão, vigna e sorgo. Para tanto, serão destinados R$ 9,3 milhões. A meta do Governo do Estado é atender a 300 mil agricultores familiares até 2011.
Ater pública e gratuita
O serviço público de assistência técnica também está chegando ao campo, e com mais qualidade. Foram mais de 180 mil agricultores familiares atendidos, inclusive com cadastramento informatizado. Esse número supera os 120 mil atendimentos previstos na meta do último ano, estabelecida pelo Plano Plurianual Participativo (PPA 2008/2011).
Essa conquista se deve ao esforço dos funcionários da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e à reestruturação pela qual esta vem passando – uma decisão do Governo do Estado para atender aos agricultores familiares baianos.
Para alcançar essas metas, foram contratados novos profissionais e adquiridos mais equipamentos de informática – aquisição de 438 microcomputadores, 293 impressoras a laser e 295 estabilizadores –, técnicos e produtores passaram por cursos de capacitação e mais municípios baianos foram beneficiados com os programas oferecidos.
A integração entre os diversos órgãos estaduais tem sido a tônica para atender mais eficientemente às demandas do seu público. Para efetivação em 2009, o Governo do Estado/Seagri/EBDA assinou um convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a fim de prestar assistência técnica a 550 assentamentos da reforma agrária, incluindo mais 35 mil agricultores familiares para serem atendidos.
Outro programa em evidência foi o de desenvolvimento sustentável da cotonicultura do Vale do Iuiú, que abrange oito municípios do sudoeste da Bahia e beneficiou 700 agricultores familiares em uma área de 2,1 mil hectares.
O programa foi fundamental para os agricultores da região, que, além de assistência técnica continuada, receberam gratuitamente insumos e equipamentos para plantio e orientação durante todo o ciclo da cultura e na comercialização da produção.
A pesquisa foi destaque também no lançamento de dois cultivares de mamona, mais produtivos e resistentes, sendo o EBDA MPA11 voltado para a agricultura familiar e o EBDA MPB01 para a agricultura tecnificada.
Os produtores que tiveram perda de safra por conta da estiagem puderam contar com o seguro do Garantia Safra. O número de adesões, que antes não passava de cinco mil, já chega a 26,4 mil, incluindo as safras de 2007 e 2008.
Através da Bahia Pesca, a Seagri apoiou a aquicultura e, com um investimento de R$ 4,8 milhões, fomentou a pesca artesanal e lançou o projeto Terminal Pesqueiro em Salvador, na Ribeira, beneficiando 17 mil pescadores, com a produção estimada em nove mil toneladas/ano.
Foram instalados ainda 1,38 mil tanques-rede para engorda de peixes em 32 módulos de produção e distribuídos 12 milhões de alevinos, atendendo a 35 mil famílias.
Na área de irrigação, foram celebrados convênios, no valor de R$ 3 milhões, para implantação de sistemas, operação e manutenção de perímetros irrigados.
Foi feita também a aquisição de 407 hectares para implantação do Projeto de Horticultura Irrigada em Cipó, que beneficiará 100 famílias de pequenos produtores, e aprovadas leis para concessão de direito real de uso de lotes agrícolas irrigados nos municípios de Tucano, Ponto Novo e Ribeira do Amparo. O projeto vai beneficiar 1,73 mil pessoas.
