Redação (20/08/07) – O setor de alimentação animal – composto por fabricantes de rações balanceadas, alimentos para animais de estimação (pet food), premix, suplemento mineral e suprimentos de ingredientes – mostra-se com crescimento superior neste primeiro semestre de 2007, se comparado às estimativas realizadas no final de 2006 pelo SINDIRAÇÕES, Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal. Era previsto um crescimento de 6,5% para este ano, porém este índice foi ajustado para 7,4%, considerando-se os números consolidados e as perspectivas para o segundo semestre.
A produção no primeiro semestre foi pouco superior a 25 milhões de toneladas, e a previsão é que o ano encerre com volume próximo a 52 milhões de toneladas. No entanto, apesar do crescimento no volume da produção, as margens de lucro do setor estão reduzidas, devido a aumentos acima da inflação do período nos custos de operação, como mão-de-obra, energia, serviços e combustíveis, assim como aqueles observados nas principais matérias-primas utilizadas, algumas com forte demanda no mercado internacional.
Os insumos básicos importados (vitaminas, aminoácidos e aditivos) apresentaram preços elevados no primeiro semestre e devem manter essa condição nos próximos meses no mercado globalizado. Do mesmo modo, os custos de algumas matérias-primas (milho, soja e farelo de trigo) sinalizam forte tendência de alta no segundo semestre de 2007.
Além disso, outra preocupação do setor é a inadimplência, que, embora não tenha aumentado em relação ao final do ano passado, mantém-se em patamar elevado – representando um custo financeiro significativo aos fabricantes e, por outro lado, ajudando o criador a manter sua atividade. A estes fatores somam-se a elevada carga tributária e a falta de estrutura para o comércio exterior, que limitam a competitividade para redução de custos e preços.
É por causa desse cenário que o setor poderá crescer menos que seu potencial nesse segundo semestre.
Desempenho por segmento
O melhor desempenho por segmento foi o de rações para bovinos de corte, que teve um aumento de quase 20%. Estimulada pelos ótimos preços que o boi gordo vem obtendo no mercado – no último dia 1º de agosto fechou em R$ 63,31, o maior valor nominal da história do Indicador do Boi ESALQ/BM&F, criado em março de 1994 –, a expectativa é fechar o ano em 1,8 milhão de toneladas. Resultado do crescimento das exportações brasileiras de carne bovina, o pecuarista está investindo mais na quantidade e qualidade da alimentação de seus rebanhos.
O segmento de avicultura de corte, desestimulado no primeiro semestre de 2006, este ano está apresentando desempenho significativo. Embora com um aumento de somente 1,98% no consumo do mercado interno de carnes de frango, as exportações deste produto cresceram mais de 24%, fazendo com que o consumo nacional de rações balanceadas para avicultura de corte aumentasse quase 8,3%.
De forma inesperada para o mercado, a produção de rações para suínos teve um crescimento de 6,7%, fechando o semestre em quase 6,7 milhões de toneladas. A aqüicultura apresentou uma redução, notadamente no segmento de ração para camarões, cuja atividade tem sofrido com as variações de câmbio e a queda nas exportações.
Investimento em melhorias
Embora pressionado pelas margens de operação, o plantel está em expansão, e o setor, investindo em melhorias. Mesmo tendo que enfrentar a concorrência desleal de indústrias informais que não atendem a quesitos fundamentais ou seguem a legislação vigente, os empresários continuam apostando na qualificação dos parques industriais e dos processos, assim como na capacitação de funcionários por meio dos cursos de Boas Práticas de Fabricação (BPF).