Redação (27/08/2008)- A Venezuela pretende alcançar a auto-suficiência na produção de soja em quatro anos e o primeiro passo está sendo dado com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ( Embrapa),vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Um pólo produtor do grão será instalado ainda este ano naquele país tendo como modelo a experiência brasileira nos Cerrados – que os vice ministros venezuelanos da Agricultura, Richard Canan Durán, e da Alimentação, Gerardo Rojas Alarcón, conhecem de perto a partir desta quarta-feira( 27). Na Embrapa, a missão com 23 integrantes será recebida pelo diretor presidente Silvio Crestana, na sede da Empresa, em Brasília/DF.
Segundo o coordenador da representação da Embrapa na Venezuela, Elias de Freitas, a proposta do pólo elaborada pela Empresa foi recebida com entusiasmo pelo presidente Hugo Chaves, durante reunião realizada no Palácio Presidencial de Miraflores, no dia 13 último , em Caracas.
Na ocasião, estiveram presentes representantes da Anfavea e da Abimaq, além do embaixador brasileiro Antônio José Simões (foto), que apresentou também o Programa Mais Alimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – outra iniciativa brasileira a ser replicada pelo país vizinho.
A partir desta quarta feira, 27, por determinação do presidente Chaves, a comitiva venezuelana segue para as áreas em que o Grupo Campo desenvolve projetos com uso de tecnologia Embrapa em Barreiras (BA) e Cristalina (GO), para conhecer os resultados obtidos.
Na Venezuela, a produção de cerca 500 mil hectares de soja seria suficiente para dar àquele país a auto-suficiência na produção do grão, explica Freitas. Por isso, a ação terá início com um primeiro pólo produtor em área aproximada de 50 mil hectares. Lá, serão utilizadas variedades desenvolvidas pela Embrapa para o Cerrado brasileiro – de condições climáticas e de solo semelhantes aos encontrados na Venezuela.
Como forma de apoio ao desenvolvimento da soja naquele país e com vistas à segurança alimentar de sua população, o primeiro núcleo será cultivado por produtores brasileiros e venezuelanos, perfazendo aproximadamente 40 mil hectares de soja. Ainda segundo Freitas, o núcleo prevê uma área de 10 mil hectares a serem cultivados por outros cem pequenos agricultores, que produzirão em regime de cooperativa.
A área está sendo denominada de Unidade de Produção Socialista e os agricultores venezuelanos deverão ser treinados por meio de parceria entre a Embrapa Transferência de Tecnologia e o Grupo Campo. “Se funcionar, vamos replicar o modelo para produção da soja até que o país alcance auto-suficiência”, finaliza.