O Brasil está pronto para aceitar as importações de trigo da França, sujeitas a controles de qualidade e aprovação de certificados sanitários das plantas, disse nessa quarta-feira (14) o escritório agrícola francês FranceAgriMer, segundo a Agência Reuters.
O Brasil está enfrentando uma escassez de abastecimento depois da queda da produção da Argentina, seu principal abastecedor de trigo, o que poderá levar ao aumento das importações dos países de fora do Mercosul, que também integram Paraguai e Uruguai.
O maior sócio da Argentina no Mercosul já importou do Canadá e dos Estados Unidos, e também comprou o cereal da Rússia este ano, depois de dar autorização sanitária ao grão russo. “A missão econômica da França no Brasil recentemente nos confirmou a possibilidade de que a França exporte para o Brasil somente se tiver a condição de oferecer um certificado fitossanitário válido e sujeito aos controles normais na chegada”, disse a FranceAgriMer.
“Dadas às circunstâncias (alto preço em dólares e uma grande distância naval) as perspectivas do trigo francês são bastante justas”, completou o escritório agrícola.
A demanda brasileira de importações de trigo pode aumentar, pelas expectativas do clima úmido que afetam a produção e a qualidade da colheita doméstica este ano.
“A questão é saber de onde serão os favorecidos pelas empresas de trigo brasileiras, que são conhecidas pelos seus rígidos controles de qualidade, esse é o foco”, disse a FranceAgriMer.
No seu último informativo mensal, difundido na sexta-feira passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a colheita argentina de trigo 2009/2010 em 8 milhões de toneladas, sem mudanças em comparação com o mês anterior. Para o Brasil, a USDA diminuiu a estimativa de produção de trigo, que passou de 5,50 a 4,50 milhões de toneladas.
Importações em alta
As importações brasileiras 2009/2010 foram calculadas em 6,50 milhões, acima dos 5,50 milhões de toneladas de setembro. Na campanha 2008/2009, as importações brasileiras, segundo a USDA, foram de 6 milhões de toneladas. Assim, com a Argentina praticamente fora do mercado exportador, o Brasil certamente vai comprar trigo dos Estados Unidos, da União Européia (UE) e da Rússia, que na presente campanha tiveram colheitas maiores que as do ciclo passado.