Redação AI (12/06/06)- O Brasil vai perder para os EUA o posto de maior exportador mundial de soja em grão na safra 2006/07. A posição, conquistada pelo Brasil em 2005/06, volta para as mãos dos americanos, prevê o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em sua primeira estimativa da safra mundial de soja para o período 2006/07.
A participação do Brasil, que foi de 39,1% das exportações mundiais em 2005/06, deve cair para 35,7% nesta safra. Já a fatia americana vai aumentar de 36,8% para 41,7% no mesmo período. “Aparentemente, o câmbio desfavorável ao Brasil e os elevados estoques americanos vão tornar os EUA mais competitivos, em detrimento do Brasil”, disse Renato Sayeg, da Tetras Corretora.
As exportações brasileiras de soja devem somar 25,4 milhões de toneladas, volume 2,3% menor que na safra anterior. A produção, segundo o USDA, será de 56 milhões de toneladas em condições ideais, ligeiramente superior às 55,7 milhões de toneladas do período 2005/06.
Outra surpresa é a estimativa para a produção e importações da China. A safra será 1,7% menor, totalizando 16,9 milhões de toneladas, e as importações devem ser recorde, de 31,5 milhões de toneladas, 14,5% maiores que na safra 2005/06.
A oferta mundial será 0,1% maior, de 222,04 milhões de toneladas, enquanto a demanda deve crescer 3,5%, para 219,4 milhões de toneladas, prevê o USDA. “Com isso, os estoques mundiais vão crescer num ritmo menor que o visto nos últimos anos”, observa Sayeg. Os estoques mundiais serão de 57,5 milhões de toneladas na safra 2005/06, volume apenas 3,6% maior que o do ano anterior. Entre as safras 2005/06 e 2004/05, os estoques mundiais tinham crescido 15,8%, resultado de uma supersafra mundial.
Apesar do quadro ser ligeiramente mais favorável, o governo americano manteve praticamente estável sua projeção de preços médios da soja para a safra 2006/07. O preço médio deve ficar entre 510 centavos e 610 centavos de dólar o bushel (US$ 11,24 a 13,44 a saca), pouco abaixo da média da safra 2005/06, que foi de 565 centavos de dólar o bushel (US$ 12,45).