Da Redação 05/08/2003 – O novo movimento de desvalorização do real diante do dólar começa a puxar os preços da soja no mercado interno e a estimular a comercialização da safra 2002/03. “Se o dólar se mantiver nesse patamar nos próximos dias, a comercialização da safra velha deve evoluir”, avalia Renato Sayeg, da Tetras Corretora.
De quinta-feira até ontem (04), o dólar acumula alta de 3,44%, para R$ 3,07. No mesmo período, a saca de soja no porto de Paranaguá subiu 5,28%, para R$ 37,90, conforme a Cerealpar. Em Rondonópolis (MT), o ganho foi de 2,54%, para R$ 32,30 por saca, segundo a Lucra Corretora.
Com os bons preços, alguns produtores, que vinham retardando a comercialização, decidiram acelerar as vendas. Na última semana, a comercialização da safra 2002/03 avançou de 74%, para 78%, mas segue abaixo dos 83% do mesmo período do ano passado, de acordo com a Céleres/MPrado. “Os agricultores também estão preocupados com a qualidade, pois a soja foi colhida e armazenada com alta umidade em algumas regiões”, avalia Anderson Galvão, da Céleres.
Já a comercialização antecipada da safra 2003/04 se mantém lenta. Conforme a Tetras, 7,5% da safra nova foi comercializada até 30 de julho, contra 25% do mesmo período em 2002. Em Rondonópolis, a saca saiu a US$ 9,30 ontem, ante US$ 9,00 da sexta-feira, segundo a Lucra Corretora.
Para fixar os preços da safra nova, o produtor está atento à bolsa de Chicago. E o contrato de maio de 2004 fechou ontem a US$ 5,2475 por bushel, com baixa de 0,75 centavos. Em 2002, nessa mesma época, maio/03 sinalizava US$ 5,7950. Mesmo assim, muitos se arrependeram do negócio. “O produtor ainda tem na memória a soja vendida a R$ 22 e entregue com o mercado em R$ 32”, diz Sayeg, da Tetras. Queda também nos contratos curtos da bolsa americana. Setembro fechou com perda de 1,5, a US$ 5,23 por bushel.