Da Redação 17/06/2003 – Uma campanha lançada pela Associação Brasileira das Indústrias Moageiras de Milho (Abimilho) promete aumentar em 800 mil toneladas o consumo do cereal. Em um ano, o setor moageiro pretende elevar de 4,2 milhões para cinco milhões de toneladas o volume de milho processado para consumo humano. As informações são de Nelson Kowalski, presidente da entidade.
Segundo ele, o objetivo da campanha `Milho é melhor` é incrementar em 20% a utilização de produtos derivados do milho pela população. No Brasil, cada habitante consome 14 quilos do cereal por ano enquanto no México, o consumo per capita é de 63 quilos.
Para conseguir esse aumento, a Abimilho está investindo em anúncios em revistas femininas de grande circulação, campanhas em escolas e cursos de culinária. Os segmentos com mais potencial de crescimento, conforme Kowalski, são os cereais matinais, polentas instantâneas e produtos prontos e semi-prontos.
Mesmo que a campanha atinja os resultados esperados, o presidente da Abimilho não acredita que o aumento no consumo traga impacto no abastecimento de milho. `O setor de moagem é responsável por apenas 12% da demanda`, justificou. acrescentado que ao comprar milho, a indústria moageira dá preferência à mercadoria de melhor qualidade, com grãos semi-duros que diminuem as perdas no processo industrial. O produto com essas características chega a ser vendido por R$ 17,00, ante os R$ 15,00 pagos pelo setor de rações.
A engenheira agrônoma Vera da Rocha Zardo, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), considerou positiva a iniciativa da Abimilho. Segundo ela, o País tem potencial para aumentar a produção do cereal, se houver demanda. `Mas para garantir a oferta, o preço ao produtor precisa ser atrativo`, disse.
Vera comentou que o milho tem grande potencial de uso para alimentação humana. Seu consumo é acanhado, entretanto, pois os brasileiros contam com oferta variada de fontes de energia. `Além disso, o incremento no consumo depende da melhoria da renda da população`, lembrou.