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Caro demais

Preço de insumos preocupa produtor.

Da Redação 20/08/2004 – O aumento no preço dos insumos utilizados para a formação da lavoura, especialmente dos fertilizantes, está tirando o sono dos agricultores gaúchos. A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro) está fazendo um levantamento entre mais de 50 cooperativas, mas o consultor técnico da Fecoagro, Ricardo Núncio, adianta que a elevação em relação à última safra pode chegar a 40%, com os adubos liderando a alta.

Projeção confirmada, os ganhos do produtor irão encolher, avalia o técnico, ao explicar que a tendência é de redução da aplicação de tecnologia, o que causará reflexo no rendimento e, conseqüentemente, na renda. Núncio desconfia da expressiva alta. “Queremos verificar se não está havendo uma certa cartelização, já que são poucas empresas que importam e fabricam”, alertou.

O presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), Torvaldo Antônio Marzolla Filho, discorda veementemente e justifica que os preços das matérias-primas usadas na produção dos fertilizantes aumentaram em média 45% nos últimos seis meses no mercado internacional devido à alta das cotações do petróleo e dos fretes marítimos. O setor gaúcho levará à Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) proposta de suspensão das importações, aproveitando o estoque brasileiro, suficiente para os próximos dois meses.

O dirigente confia no resultado da pressão, uma vez que o Brasil é o terceiro importador mundial de fertilizantes. ”Esses níveis de preço são insuportáveis. Não somos o lobo mau dessa história.” Marzolla afirma que, apesar disso, as indústrias não estão repassando o ônus totalmente ao preço final dos adubos. A previsão do Siargs é de que o consumo do produto no RS deve crescer 5% este ano contra os 12,62% de 2003.