A cotação da soja na Bolsa de Chicago voltou a animar o mercado ontem (27) quando ultrapassou a barreira dos 13 dólares por bushel, valor que não era alcançado desde outubro de 2011. O diretor da Capital Corretora, Farias Toigo, explica que a retomada está alicerçada na quebra de safra da América do Sul e força uma maior procura pela oleaginosa dos EUA. “Os estoques estão ajustados e talvez, com medo disso, a China esteja comprando muito.” Para os produtores brasileiros que fizeram contratos futuros com entrega em maio, o cenário está positivo com o bushel cotado em 13,02 dólares. “A tendência deste ano é altista, embora ainda possa haver muita volatilidade.” Isso deve acontecer, segundo ele, devido à crise financeira da Europa.
Mas o cenário favorável não é suficiente para que o sojicultor antecipe a venda do grão. No momento, garantem analistas, o produtor está na expectativa de que a quebra de safra decorrente das dificuldades climáticas não seja maior do que o que vem se projetando. Como consequência, ressalta o diretor comercial da Cotrijal, Irmfried Schmiedt, os negócios estão completamente parados. “Existe muita dúvida sobre o que vai ser possível colher.” Apesar do receio no campo, o dirigente explica que quem fez a venda futura terá o produto para entregar porque, em geral, compromete-se no máximo 30% da produção neste modelo. Schmiedt também avalia que a cotação em Chicago está muito boa, mas sofre impacto do câmbio. “Se o dólar estivesse a R$ 1,80, os negócios iam deslanchar.” A expectativa, segundo ele, é que Chicago mantenha a reação até o mês de entrega, em maio.