A principal entidade científica e de pesquisas do Brasil para provimento de soluções relacionadas ao campo da agroindústria de alimentação e nutrição animal, o Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA, Campinas/SP), inicia seus trabalhos em 2017 com a realização de um evento de suma relevância para pesquisadores, profissionais da área, órgãos oficiais, centros de pesquisa, universidades e estudantes. Trata-se do “Workshop sobre Alimentos Seguros” que já tem data e local marcado, 8 e 9 de março no Instituto Agronômico de Campinas (IAC, Campinas/SP).
Sob copromoção do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações, São Paulo/SP) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SP), as plenárias serão dívidas em dois módulos: (1) Destinação de animais mortos nas propriedades, que aborda a questão atual que envolve não só a segurança dos alimentos, mas também a questão ambiental, a sustentabilidade e segurança das cadeias produtivas de animais; e (2) Contaminantes e resíduos em alimentos.
A coordenação do “Workshop sobre Alimentos Seguros” está à cargo do pesquisador da Embrapa Suínos e Aves e Ph.D. em Nutrição Animal, Gustavo Julio Mello Monteiro de Lima (vide breve currículo no fim do texto).
Preocupação latente. Com os olhos voltados para a produção agropecuária, do campo à mesa, duas dimensões são essenciais no que tange a contribuição das entidades organizadora do evento: a segurança alimentar e a segurança do alimento. “A segurança alimentar (food security) trata, essencialmente, de garantir o acesso da população aos alimentos em quantidade e qualidade adequadas. Por sua vez, a segurança do alimento, sinônimo de alimentos seguros, objetiva assegurar a qualidade nos produtos comercializados, garantindo que estejam isentos de contaminantes biológicos, físicos e químicos no momento do consumo”, destaca o coordenador e inclui que “questões relacionadas à segurança dos alimentos estão cada vez mais presentes no dia a dia de produtores, agências governamentais e consumidores pelo mundo”.
Dados consolidados. Ainda, de acordo com ele, cerca de sete milhões de pessoas são afetadas a cada ano no mundo por doenças transmitidas e/ou veiculadas por alimentos. Estimativas do Centro para Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos indicam que anualmente 48 milhões de americanos (ou um em cada seis) adoecem devido a doenças transmitidas por alimentos, dentre os quais 128 mil são hospitalizados e 3 mil morrem. “No Brasil, estimativas do Ministério da Saúde (Brasília/DF) reportam que mais de 117 mil pessoas adoeceram e 64 morreram, entre 1999 e 2008, devido a doenças transmitidas por alimentos”, completa e prevê que esta crescente demanda dos consumidores por alimentos seguros e naturalmente nutritivos, impõe a necessidade de uma agenda nacional cada vez mais atenta aos processos de produção primária, processamento e distribuição e seus respectivos controles. “Essa tendência indica, também, a necessidade premente de se integrarem nacionalmente os partícipes públicos e privados visando a satisfatória consecução da agenda focada na oferta de alimentos seguros”, salienta.
Diante desta ótica, o grande diferencial do Workshop será a abordagem de temas por diferentes elos da cadeia com um painel de discussão com todos os participantes ao final de cada dia. “Não é nosso objetivo esgotar o assunto, mas os participantes sairão muito bem informados sobre esses problemas, agregando maior conhecimento para que o setor de produção animal saia mais fortalecido para a adoção de medidas que busquem a segurança dos alimentos e aumento da competitividade”, completa.