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Ceará apoia cultivo de oleoginosa

A estimativa do Instituto Agropolos é de colher uma safra de 23 milhões de quilos no Ceará, em 2011.

A partir deste mês de outubro, começa a mobilização em todo o Ceará para incentivar os produtores da agricultura familiar a fazer o cultivo de mamona e girassol, as duas principais oleaginosas cultivadas no Estado, voltadas para o programa do biodiesel. Para 2011, a estimativa do Instituto Agropolos é de colher uma safra de 23 milhões de quilos.

De janeiro até setembro deste ano, 223 técnicos do Instituto Agropolos foram capacitados para dar assistência técnica aos produtores rurais em todo o Estado. Nesta cidade, o último módulo foi apresentado para 40 técnicos das regiões Centro-Sul e Cariri. O esforço do governo é para manter o programa em crescimento a partir de um pacote de incentivos aos agricultores, que inclui garantia de compra, complementação do valor de preço mínimo de R$ 1,00 o quilo e ajuda de R$ 200,00 para cada hectare plantado, no limite máximo de 3ha, além do fornecimento de máquinas batedeiras para associações.

No Ceará, o Instituto Agropolos responde por 75% de acompanhamento da área de cultivo de oleaginosas. Os outros 25% são divididos por três cooperativas. Todos são contratados pela Petrobras para dar assistência técnica aos produtores rurais.

Recentemente, a série de capacitação dos técnicos foi concluída. O coordenador estadual do Programa Biodiesel, pelo Instituto Agropolos, Elízio Sampaio, está otimista com relação ao crescimento das áreas de cultivo. “Os nossos técnicos estão preparados para orientar e incentivar os produtores rurais. O programa está em uma fase de transição, mais organizado e caminhando regularmente”.

Depois de dois anos de condições climáticas desfavoráveis, os técnicos esperam que o próximo inverno seja regular e favoreça a safra de mamona e girassol. Neste ano, a estiagem reduziu em 95% a produção de oleaginosas no Ceará. Havia uma estimativa de colheita de 15 milhões de quilos, mas a seca afetou a cultura e só foram colhidos cerca de 700 mil kg. No ano passado, foi o excesso de chuva que prejudicou a lavoura.

Nas regiões do Cariri, Ibiapaba (Serra Grande) e Maciço do Baturité, o plantio começa em dezembro porque a chuva chega mais cedo naquelas áreas. Para as demais, o cultivo deve ocorrer em janeiro e fevereiro.

O Instituto Agropolos tem um cadastro de 22.300 agricultores. Neste ano, a área de cultivo deve ser ampliada em 10 mil hectares em relação a 2009, quando foram cultivados 44 mil hectares. “É uma cultura viável economicamente, que acrescenta renda à agricultura familiar”, disse Sampaio. “O plantio é feito em consórcio com milho e feijão”, complementa.

Apoio da Petrobras – O programa do Biodiesel no Ceará, segundo Sampaio, ainda é novo para uma avaliação definitiva. “Estamos em fase de amadurecimento”, frisou. “Há resistência de alguns produtores, que temem toxidez da mamona, mas essa é uma questão que será superada com mais esclarecimentos e com o passar do tempo”, avaliou.

Para Sampaio, após a entrada da Petrobras, que contratou o Instituto Agropolos e as cooperativas de produtores para a assistência técnica, a tendência é de fortalecimento do programa. A empresa petrolífera garante a compra de toda a produção. A mamona é a mais cultivada. O girassol representa cerca de 2% da produção de oleaginosas.

Os técnicos do governo foram capacitados para demonstrar aos agricultores a tecnologia de produção e a viabilidade econômica da cultura. “Dá dinheiro porque é um cultivo em consórcio com culturas tradicionais de milho e feijão e o produtor só tem a ganhar”, disse Sampaio. “A compra é garantida”.

Na próxima safra, deverá ocorrer um levantamento dos custos e receita das unidades produtivas. Tudo deverá ser anotado para que se obtenham dados mais confiáveis acerca da rentabilidade ou possível prejuízo da oleaginosa. O coordenador regional do Instituto Agropolos, Sérgio Ricarte, também está animado com o programa e mostra as vantagens: “O governo dá a semente, calcário para correção de solo, garante preço mínimo e dá assistência técnica”, ressaltou. “Na região Centro-Sul, o maior produtor é Icó, seguido de Acopiara”.