Da Redação 27/07/2005 – A instabilidade tanto da relação entre o real e o dólar americano quanto do comportamento das cotações na bolsa de Chicago agitou o mercado de soja ontem no Brasil. Não houve uma enxurrada de negócios por conta da volatilidade nas duas frentes, mas pela primeira vez nas últimas semanas – como destacou Renato Sayeg, da Tetras Corretora -, os olhos do produtor brasileiro estiveram mais focados no câmbio do que na bolsa americana.
Segundo Sayeg, a terça-feira foi dividida em três partes. E o produtor que acordou cedo levou vantagem, já que antes da abertura de Chicago o dólar subia em relação ao real e o ambiente esteve propício aos negócios. Chicago abriu em alta, mas o dólar começou a inverter a mão e o cenário menos interessante para as vendas, quadro que se complicou depois do almoço com câmbio e preços em baixa.
“Mas, nesse processo, ficou evidente a importância do câmbio para os produtores interessados em vender, já que mesmo com a queda das cotações em Chicago [na segunda metade do pregão] os preços domésticos não recuaram. Em Santos, por exemplo, a saca chegou a R$ 37 e não caiu depois”, reforçou Sayeg. Na bolsa americana, os contratos de segunda posição de entrega (setembro) foram negociados por US$ 6,7925 por bushel no pior momento, e por US$ 7,02 no melhor. Esses futuros fecharam a US$ 6,7925, ainda com valorização de 4 centavos de dólar.
Nos cálculos da Tetras, 75% da produção brasileira em 2004/05 já foi comercializada, ante uma média de 79,8% nos últimos cinco anos. Por conta da descapitalização de parte dos produtores brasileiros neste ano, em razão de alta de custos, quebra no Sul e câmbio pouco atraente, também já foi negociada antecipadamente, segundo Sayeg, 5% da safra 2005/06.
Também estão em ritmo considerado normal os registros das exportações brasileiras do complexo soja, conforme levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais