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Mercado Externo

China: País tem pior seca em 63 anos e grande área agrícola afetada

O nordeste chinês, importante região de produção agrícola do país, sofre com a mais severa estiagem em 63 anos.

Flag of the People’s Republic of China
Flag of the People’s Republic of China

Na última segunda-feira (18), o governo da China emitiu uma comunicado de emergência por conta dos efeitos de uma das piores secas pela qual passa o país. O nordeste chinês, importante região de produção agrícola do país, sofre com a mais severa estiagem em 63 anos. Províncias como Liaoning e Jilin têm registrados os menores níveis de precipitações desde 1951.

Segundo o comunicado do Ministério de Assuntos Civis e da Comissão Nacional para a Redução de Desastres, um grupo de trabalho está sendo enviado aos locais atingidos pela seca para que sejam feitos levantamentos da situação e para prestar assistência à população que tem sido afetada pela seca.

Ainda de acordo com dados do governo chinês, até às 8h da manhã desta segunda-feira (horário local), cerca de 5,46 milhões de pessoas estavam sendo atingidas pela seca e dessas 1,7 milhão já necessitavam de assistência.

A área de produção agrícola afetada pela estiagem já soma, ao menos, 1,42 milhão de hectares e esse número deverá ser ainda maior em 10 dias, segundo projeções de especialistas ouvidos pela mídia chinesa. Somente a região de Liaoning, Jilin e Inner Mongolia abrange cerca de 295,4 mil hectares (730 mil acres) e corresponde a 60% de toda a área agrícola que vem sofrendo com as condições adversas de clima.

Como base principal da produção de commodities da nação asiática, a província de Jilin vem registrando uma redução de 62% nas precipitações em relação a anos anteriores e, por conta disso, em alguns condados, as perdas nas lavouras chegam a 100%.

Nos arredores de Liaoning a seca está se espalhando rapidamente e as áreas afetadas aumentaram 24 vezes em 15 dias para 1,62 milhão de hectares (4 milhões de acres).

Menor produção de milho
De acordo com informações da agência Shangai JC Intelligence Co., a produção de milho da China deverá registrar uma redução pela primeira vez em cinco anos por conta dessa estiagem e chegar a 200 milhões de toneladas. A última projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a safra 2014/15 foi de 222 milhões de toneladas.

Com isso, os preços do milho no mercado interno chinês vêm passando por rallies na Bolsa de Dalian e incentivando os produtores de ração a optar por alguns grãos alternativos, como o trigo, por exemplo, para que a demanda possa ser atendida e os preços possam se manter estabilizados.

A produção em seis províncias deverão ser expressivamente menores do que as projeções iniciais e, no local onde a safra foi mais afetada até esse momento já registra um potencial produtivo 12,2% menor.

Por outro lado, as importações chinesas de milho estão mais travadas depois que o país rejeitou alguns carregamentos de milho que continham produto da variedade transgência MIR 162, a qual ainda não foi aprovada no país. Além disso, a China rejeitou ainda cargos do DDG proveniente do cereal, os quais continham traços da mesma transgenia, e o produto é importante componente da produção de alimentação animal.