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Chuva acelera plantio da safrinha no PR

Embora não tenha dados oficiais, a estimativa é que a área plantada deva ser semelhante à da safra anterior.

Redação (30/01/2009)- As chuvas dos últimos dias animaram os agricultores, que já iniciaram o plantio da safrinha. O momento é de semear o milho e o feijão, principalmente, nas regiões Norte e Oeste do Paraná já dentro do zoneamento agrícola. Embora não tenha dados oficiais, a estimativa é que a área plantada das duas culturas deva ser semelhante à da safra anterior. Além disso, analistas de mercado avaliam que os preços dos produtos agrícolas – incluindo o trigo plantado no inverno – não devem ter mais baixas.

O Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, ainda não divulgou a estimativa de plantio para a safrinha. No mesmo período do ano passado foram semeados 1,6 milhão de hectares de milho e o feijão (2 safra) ocupou pouco mais de 213 mil hectares. Por enquanto nas cooperativas a procura por sementes de milho e insumos tem sido semelhante à registrada no mesmo período do ano passado.

Segundo o gerente de Defensivos e Insumos da Cooperativa Integrada, Seisuke Ito, os agricultores não devem reduzir a tecnologia utilizada nas lavouras de milho nesta safra. ””Como muitos produtores tiveram perdas por causa da estiagem, a maioria vai tentar recuperar na safrinha e na safra de inverno””, diz. Quanto aos custos de produção, Ito informa que os preços dos adubos caíram, em média, 20%, enquanto os dos defensivos tiveram redução de até 10%. Já os custos das sementes subiram cerca de 10%.

Na área de atuação da Cooperativa C.Vale, na Região Oeste, ainda há uma certa indefinição entre os produtores, mas a estimativa é que a área de plantio de milho e trigo deva ser semelhante à da safra anterior. ””Os produtores devem reduzir um pouco a tecnologia utilizada porque eles estão descapitalizados em função da frustração da safra””, comenta Ronaldo João Vendrame, gerente do Departamento Agronômico da C.Vale. Alguns produtores chegaram a perder 50% das lavouras de soja.

Para o consultor Luiz Roberto Ferrari, presidente da Bolsa de Mercadorias de Londrina, muitos produtores estão observando o comportamento do clima para definir o plantio. ””Este ano, com a ocorrência do fenômeno ”La NiÀa”, é de fatores climáticos não confiáveis para a agricultura””, comenta. Apesar disto, ele lembra que os agricultores brasileiros raramente deixam a terra sem plantio.

La Nina

Segundo a meteorologista Ângela Beatriz Costa, do Simepar/Iapar, explica que este período é de neutralidade climática. No entanto, há indicações que o fenômeno ””La Nina”” pode se manifestar a partir de março. ””É um fenômeno de grande escala que ocorre no Pacífico Equatorial (costa do Peru) devido à intensificação dos ventos alíseos que sopram a partir do leste para o oeste provocando a redução da temperatura da superfície do mar””, explica. Na América do Sul a consequência são águas mais frias e excesso de chuvas na Região Nordeste do Brasil e secas no Sul.

As indicações de que o fenômeno pode ocorrer são baseadas em um modelo dinâmico desenvolvido nos Estados Unidos. A meteorologista explica que tanto o ””La Nina”” como o ””El Nino”” (que provoca consequências contrárias ao primeiro) sempre existiram e são cíclicos. ””Os agricultures devem acompanhar as previsões do tempo, utilizar culturas mais adaptadas e seguir o zoneamento agrícola””, diz.