O início de dezembro de 2010 começou bem diferente de como foi novembro. Isso porque, foram registradas chuvas no Paraná, Santa Catarina, norte do Rio Grande do Sul e também no sul de Mato Grosso do Sul. Essas precipitações são muito importantes, não só pela época do ano, mas por que revertem um padrão de pouca chuva já observado em novembro e beneficiam diretamente a lavoura de soja.
No oeste do Paraná e de Santa Catarina o acumulado de chuva nos últimos 5 dias supera a casa dos 100 mm. Porém o sul do Rio Grande do Sul, a falta de chuvas significativas que atinge a região desde a segunda quinzena de setembro, atrapalham o andamento das lavouras.
Para se ter uma ideia, em Bagé o acumulado de chuva registrado entre 15 de setembro e 5 de dezembro é de apenas 71 mm. De acordo com a Somar Meteorologia, essa estiagem pode ser atribuída aos efeitos do fenômeno La Niña.
Já o Sudeste, Centro-Oeste, Norte e sul da Região Nordeste do Brasil manteve um bom padrão de chuvas neste início de dezembro, as conhecidas chuvas de verão, o que dá uma sustentação para o desenvolvimento das lavouras dessas regiões.
Os índices de Água Disponível do Solo refletem o resultado das chuvas acumuladas desde outubro e mostram a continuidade da recuperação da umidade do solo sobre os estados do Sudeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil, que mesmo ainda insuficientes para repor o déficit hídrico acumulado, já conseguem dar sustentação ao plantio e desenvolvimento das lavouras de verão, bem como favorecem a recuperação das pastagens.
Segundo os meteorologistas da Somar, a primeira quinzena de dezembro deve manter o padrão das frentes frias atuando mais sobre o Sudeste do Brasil, que associadas com a umidade da Amazônia causam chuvas sobre as áreas produtoras do Sudeste, Centro-Oeste.
Em 6 de dezembro as frentes frias voltam a atuar também sobre o sul e oeste da Região Nordeste e com isso beneficiando também as lavouras da Bahia, Maranhão e do Piauí. Enquanto para o Sul do Brasil, o padrão não muda muito em relação ao observado na última semana, se mantém a chuva entre o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná. Porém, o sul do Rio Grande do Sul deve ter a situação ainda mais agravada.