Choveu muito em todo o Estado de São Paulo ao longo da semana, com volume acumulado próximo do esperado para todo o mês de dezembro em Franca, Jaboticabal, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São Carlos. Em boa parte das localidades, a chuva registrada apenas na terça-feira foi equivalente a metade do volume esperado ao longo do mês, causando excesso hídrico expressivo e erosão das áreas sem plantio direto e sem sistematização.
O tempo chuvoso foi por causa da zona de convergência intertropical que atua sobre o Sudeste, causando alagamentos nas áreas de várzea em boa parte do Estado, com comprometimento das lavouras inundadas. A chuva causou grande prejuízo nas áreas de produção de legumes e hortaliças no Cinturão Verde. Além da chuva direta sobre as plantas, com queda da qualidade dos produtos, o tempo nublado torna as folhas mais sensíveis, aumentando o risco de novos danos assim que calor voltar.
Além do grande volume, a chuva estendeu-se por praticamente todo o período, o que favoreceu a propagação de doenças e pragas nas lavouras de café, milho e feijão em todo o Estado. Nas lavouras de soja, a atenção dos produtores está voltada para evitar a entrada da ferrugem asiática em São Paulo, pois o número de focos da doença vem crescendo rapidamente em Goiás, Minas e Paraná. Até agora, apenas um foco da doença foi identificado nas lavouras paulistas.
O tempo úmido continuou prejudicando a colheita da cana-de-açúcar em praticamente todo o Estado de São Paulo, reduzindo a eficiência nos trabalhos de corte e colheita por causa da chuva e do solo encharcado. Por isso, a eficiência das usinas caiu ao longo do mês de novembro em comparação com o ano anterior, com cerca de dez dias sem atividade nos canaviais. Como dezembro vem seguindo no mesmo ritmo, está mantida a expectativa de que um grande volume de cana não possa ser colhida nesta safra.
A chuva também reduziu a produtividade dos pomares de lichia em Itapetininga, Tupã e Bastos. Agora, o tempo úmido atrasa a maturação da fruta. A chuva continua dificultando a colheita da goiaba em Taquaritinga, Valinhos e Campinas; do abacate em Jardinópolis; da uva em Indaiatuba, Porto Feliz e Vinhedo; de manga em Monte Alto; da framboesa em São Bento do Sapucaí e do pêssego em Avaré.
*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações, acesse www.agritempo.gov.br