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Soja

Chuvas atrapalham

Tempo úmido reduz ritmo da colheita de soja em Mato Grosso, que está apenas em seu início. 2,7% da área plantada foram colhidos.

Chuvas atrapalham

As chuvas da semana passada nas áreas de soja do Mato Grosso diminuíram a velocidade da colheita no Estado, que está apenas em seu início, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e a Associação dos Produtores de Mato Grosso (Aprosoja).

Até a quinta-feira, os produtores tinham colhido 2,7% da área total plantada no Estado de 6,07 milhões de hectares, ou cerca de 165 mil hectares. O avanço é de apenas 1,2 ponto percentual em relação ao total colhido na semana anterior, relatou o Imea. A expectativa do órgão era que a colheita pudesse se avolumar já na segunda semana de janeiro.

Nesta safra 2009/10, com boas chuvas na época da semeadura, mais produtores puderam se dedicar aos trabalhos mais cedo. Isso pode explicar por que, apesar das chuvas, o percentual colhido ainda é superior ao da mesma época do ano passado (1,1% de uma área de 5,7 milhões de hectares em 2008/09). “Chuva, tivemos muita chuva no médio-norte”, disse Luiz Nery Ribas, gerente técnico da Aprosoja, que viajou na semana passada pela principal região produtora de Mato Grosso, o maior produtor nacional de soja. “O atraso é só questão de chuva, não há perdas ainda, mas ela atrasa”.

O chamado médio-norte do Mato Grosso responde por 40% da área de soja do Estado, e é uma das primeiras áreas a iniciar a colheita. O Imea informou também que a maioria das regiões já registra alguma área colhida, ainda que em fase inicial.

De acordo com a Somar Meteorologia, até o dia 15, a região central de Mato Grosso havia recebido cerca de metade da chuva prevista para o mês. Mas como o plantio foi, de maneira geral mais prematuro nesta safra, as precipitações podem ter efeitos amplificados. “Em Lucas do Rio Verde e Diamantino, a tensão é maior, pois existe soja cujo ciclo está completo, e os trabalhos não caminharam como o esperado”, afirmou o Imea.

Segundo produtores, as condições estão favoráveis este ano. As primeiras colheitas apontaram produtividades entre 48 e 50 sacas por hectare, com casos pontuais de 55 sacas por hectare (3.300 quilos). O Imea prevê uma produtividade média para o Estado na atual safra de 3 mil quilos por hectare, contra 3.052 quilos na safra passada.

Ainda que atrase a colheita, a chuva também favorece o enchimento de grãos das lavouras em estágios menos avançados. A elevada umidade, entretanto, traz a preocupação da ferrugem asiática, doença fúngica que afeta a soja.