O prognóstico climático do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), para os meses de novembro, dezembro e janeiro, prevê chuvas acima do normal, situação que deverá beneficiar as lavouras, fato que não ocorreu na safra anterior, quando a estiagem prolongada chegou a causar perdas substanciais às culturas de milho e soja em algumas regiões do País.
Para a safra que está sendo plantada, as chuvas ocorridas nos meses de setembro e outubro foram favoráveis aos trabalhos de plantio e beneficiam o desenvolvimento e o crescimento das plantas.
Segundo os técnicos da Conab, os principais fatores que induziram o produtor a ampliar a área de cultivo da soja foram menor custo por hectare, comparativamente ao do milho, principal concorrente, baixos preços do milho, a maior liquidez e a expectativa de rentabilidade positiva, apesar de menor do que na safra anterior.
No caso de Mato Grosso, outro fator que contribuiu para a expansão da área de soja foi o desestímulo ao plantio de algodão. Muitos produtores reservaram parte de sua área de algodão para o cultivo da soja.
Exportações – Confirmado os atuais níveis de produção brasileira, as exportações estão estimadas em 24,9 milhões de toneladas e o esmagamento em 32,3 milhões de toneladas. Este último representa um aumento de 11% em relação ao ano anterior e deve ser creditado ao aquecimento da demanda em razão da ampliação de B4 para B5 – do Programa Nacional de Biodiesel, a partir de janeiro/2010, do qual a soja representa aproximadamente 80% da matriz energética.
Diante das expectativas de boas safras nos principais países produtores (Estados Unidos, Brasil e Argentina), elevando a oferta mundial para aproximadamente 246,1 milhões de toneladas, 17% acima da temporada anterior, os preços na Bolsa de Chicago, no que pese as oscilações pontuais de cada pregão, vêem sinalizando recuo comparativamente à temporada 08/09, quando situaram-se em patamares extraordinariamente elevados, em função da redução de 9,5% da oferta mundial causando, em consequência, uma redução de 17% nos níveis dos estoques de passagem.
Todavia, as expectativas de aumento do consumo mundial (de 5,3%) na próxima safra, juntamente com a recomposição dos níveis dos estoques mundiais, devem mitigar os efeitos negativos dos preços.
Neste sentido, as cotações internacionais do grão para os contratos de março/2010 devem situar-se em torno de US$ 9,70/bushel (base Chicago), portanto, dentro da média histórica dos últimos 10 anos (US$ 7,11).