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Clima aumenta escassez de milho

Estiagem e frio custam hoje R$ 122,4 milhões ao campo.

Da Redação 10/10/2003 – 06h00 – Santa Catarina precisará aumentar as importações de milho no ano que vem para compensar a queda na produtividade provocada pela estiagem e pelo frio. A previsão foi feita ontem por Waldemar Bordignon, vice-presidente da Cooperativa de Produção e Consumo Concórdia (Copérdia), a segunda maior cooperativa agropecuária do Estado. “O quadro já é irreversível.”

O Estado consome mais do que produz. Em 2003, os produtores de milho catarinenses produziram 4,2 milhões de toneladas e o consumo fechará o ano em torno de 4,8 milhões de toneladas. Para o ano que vem, a tendência é que o consumo mantenha-se estável, mas a oferta interna de milho tende a ser reduzida em 432 mil toneladas.

A necessidade do cereal custa, aos preços de hoje, R$ 122,4 milhões. Esse dinheiro deverá sair da região para o Paraná, Centro-oeste e Paraguai. “Como esse milho vem para Santa Catarina para alimentar os rebanhos de aves e suínos, não podemos deixar de comprá-lo. É preciso com urgência rever a política estadual para o milho”, reivindica o dirigente.

Além do frio e da estiagem durante o plantio, há mais um fator que explica a redução na próxima safra de milho. O preço pago hoje, em torno de R$ 17,00 a saca de 60 quilos, é bem inferior ao pago no início do ano, quando a cotação do grão chegou quase a R$ 30,00.

A perspectiva de um preço abaixo da última safra desestimulou o investimento em insumos, fato que também prejudicara a produtividade. Segundo o Instituto de Planejamento e Economia Agrícola (Icepa), na safra passada, o rendimento médio da cultura foi de 4.988 quilos por hectare.

Produtividdade menor

Os números do Alto Uruguai mostram bem essa diferença em relação à última safra. Por conta do clima favorável, da aplicação de mais fertilizantes e da compra de sementes mais eficazes, a produtividade atingiu 5.520 quilos por hectare, a melhor da história. De acordo com o engenheiro agrônomo Inacir Marcolin, da Copérdia, caso nenhum imprevisto aconteça a partir de agora, a produtividade na região chegará no máximo a 4.800 quilos por hectare.