O verão é naturalmente a época das chuvas no Estado de São Paulo. Janeiro é, em média, o mês mais chuvoso do ano. No período analisado, as chuvas foram típicas para a estação, irregulares e mal distribuídas, concentradas principalmente no período da tarde, o que permitiu o aparecimento do sol durante boa parte do dia elevando as temperaturas.
A umidade do solo diminuiu em alguns municípios, como Iguape, Itapeva, Jaú, Piracicaba e Votuporanga. Mesmo assim, o solo está bem abastecido de água, com valores acima de 65% de sua capacidade total. Na maioria das regiões, o solo está com sua capacidade máxima de armazenamento.
Fortes chuvas atingiram o Estado de São Paulo neste início de ano, provocando prejuízos em várias regiões. A situação foi mais grave no Vale do Paraíba. As estradas rurais ficaram interditadas, impedindo o acesso e deixando os produtores rurais isolados, sem comunicação. Os municípios de Cunha e São Luís do Paraitinga foram os mais atingidos. A atividade leiteira foi uma das mais prejudicadas e a única forma que alguns produtores encontraram para não perder a produção foi fazer o transporte usando animais.
Com o excesso de chuva muita gente perdeu a produção de hortaliças e a demanda aumentou. Os produtores da região de Mogi das Cruzes estão antecipando a colheita e os pés, em tamanhos menores, são retirados da lavoura 15 dias antes do ideal. Mesmo assim, é melhor antecipar a colheita para reduzir o risco de perdas por pragas, ataques de insetos e doenças e por chuva de granizo.
Nas regiões que não tiveram problemas com a água empoçada, o clima quente e úmido continuou favorecendo o desenvolvimento das lavouras de soja, milho e de cana-de-açúcar em estado vegetativo. Nas áreas de soja, o clima quente e úmido favorece a proliferação de doenças, como a ferrugem asiática.
Frutas
A chuva frequente prejudicou a colheita das frutíferas, como a amora e a framboesa em Campos do Jordão; do pêssego e da nectarina no Vale do Paranapanema e da uva na região de Jundiaí.
Os agricultores aproveitam o sol para colher a safra de manga, que foi bastante prejudicada com o excesso de chuva no ano passado.
*Ana Maria H. de Ávila é pesquisadora do Cepagri/Unicamp. Para mais informações sobre tempo e clima, acesse www.agritempo.gov.br