A safra de verão do Paraná deverá somar 22,21 milhões de toneladas, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura do Estado. O volume é semelhante ao da temporada 2010/11 (22,16 milhões de toneladas), mas os produtores estão de olho no clima, o mais frio dos últimos dez anos, que favorece o milho, mas atrapalha a floração da soja.
Por enquanto, 4% da soja está na fase de floração e ainda há terra a ser plantada no Estado (o plantio foi feito em 94% da área). “O frio preocupa, mas se esquentar nos próximos dias, vai tudo correr bem”, diz o diretor do Deral, Otmar Hubner, lembrando que o fenômeno La Niña deve deixar o verão menos quente. A produção esperada para a soja é de 14,16 milhões de toneladas, 7% menos que as 15,3 milhões da safra passada.
Além de a área ter diminuído de 4,481 milhões de hectares para 4,402 milhões de hectares, os técnicos não projetam o recorde de produção verificado no período anterior, de 3.417 quilos por hectare. O rendimento esperado agora é 6% menor, de 3.217 quilos por hectare. “No ano passado, estava quente em outubro e novembro e a produtividade foi muito boa”, explica Hubner.
No caso do milho, houve retomada na área destinada ao cultivo no Estado, motivada pela alta dos preços do cereal. O plantio deve crescer 21% no Paraná, saindo de 776 mil hectares para 936 mil hectares. Com isso, a produção deve aumentar 22%, passando de 6,11 milhões para 7,42 milhões de toneladas.
Embora o Deral ainda não tenha divulgado previsão para a próxima safrinha paranaense, a primeira sondagem sobre o comportamento dos produtores já foi feita e existe a expectativa de aumento na produção de milho no Estado em 2012, segundo o diretor. O motivo é o preço mais atraente e a comercialização mais rápida que o trigo.
Na atual safra de verão, o feijão foi uma cultura que teve queda na área cultivada (-26%). No ano anterior, os produtores destinaram 344 mil hectares ao grão e, na atual safra, foram 255 mil hectares. Mesmo com expectativa de aumento de 8% no rendimento (para 1.686 quilos por hectare), a produção vai cair 19%, de 533 mil toneladas para 430 mil toneladas.