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Clima nos EUA derruba preço da soja

Notícias sobre condições de solo e clima diretamente ligadas ao desenvolvimento das lavouras americanas de soja motivaram a queda das cotações do grão nesta quinta-feira, dia 06, na bolsa de Chicago.

Da Redação 07/04/2004 – 07h00 – Segundo Renato Sayeg, da Tetras Corretora, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgou relatório dando conta que o índice de umidade do solo está favorável ao desenvolvimento da soja em 11 dos principais Estados produtores daquele país.

Também conforme o analista, novas previsões meteorológicas sinalizaram a ocorrência de chuvas benéficas ao grão americano. “Foram as duas notícias, somadas à valorização do dólar em relação a outras moedas, que pressionaram o mercado”, afirmou.

Os contratos com vencimento em julho encerraram a sessão negociados a US$ 10,0050 por bushel, em queda de 19,50 centavos de dólar, enquanto os papéis para entrega em novembro caíram 19 centavos de dólar, para US$ 7,6750. Acompanharam o movimento de queda os preços do farelo e do óleo de soja. Os contratos do farelo para julho fecharam a US$ 319 por toneladas curta, em baixa de US$ 5,40, ao passo que o óleo para entrega no mesmo mês perdeu 63 pontos e fechou a 32,62 centavos de dólar por libra-peso.

Sayeg ressalta, ainda, que segue firme a demanda externa por soja dos Estados Unidos, como mostrou relatório das exportações semanais daquele país. No caso da safra velha, os embarques semanais americanos chegaram inclusive a superar as expectativas dos especialistas.

Aparentemente não chamou a atenção dos traders em Chicago nesta quinta-feira a confirmação de que a China oferecerá subsídios diretos a seus produtores de grãos em geral para tentar reverter a tendência de queda da oferta doméstica desses produtos.

Conforme a agência Dow Jones Newswires, o governo chinês vai liberar cerca de US$ 120 milhões em subsídios neste ano, que serão distribuídos entre produtores das 13 maiores regiões produtoras do país asiático – que respondem, juntas, por 69% da produção total

“Depois de anos de deliberações no governo, agora o país está maduro o suficiente para implementar políticas desse tipo”, disse Li Sheng, pesquisador da Administração Estatal de Grãos, à agência chinesa Xinhua, sempre segundo o relato da Dow Jones Newswires.

Para Li Sheng, a concessão de subsídios era uma “escolha inexorável” para um país que vive um crítico período de reestruturação de seu setor agrícola.

A produção chinesa de cereais caiu do patamar recorde de 512 milhões de toneladas, em 1998, para 431 milhões em 2003. Mas Renato Sayeg observa que a soja não registrou retração. Em 2000/01, a safra chinesa foi de 15,4 milhões de toneladas; em 2003/04, deve somar 16,2 milhões.