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Clima volta a reduzir previsão de safra

<p>Embora ainda recorde, a performance da safra deve sofrer alterações provocadas pelo clima no Sul do país.</p>

Redação (06/06/07) – Geadas e estiagens localizadas em áreas cultivadas com milho no Sul do Brasil devem reduzir o volume recorde da atual safra de grãos na temporada 2006/2007, estima a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ao mesmo tempo, a nova safra de trigo recuperará parte das perdas registradas na atual colheita. 

Em novo levantamento divulgado ontem, a Conab projetou a produção do atual ano-safra, que termina neste mês, em 130,68 milhões de toneladas. O resultado significa um aumento de 8,1% na comparação com as 120,92 milhões de toneladas da safra passada (2005/2006) – o equivalente a 9,76 milhões de toneladas. Os dados da Conab apontam para uma área plantada de 46,08 milhões de hectares, uma queda de 2,7% – ou 1,27 milhão de hectares – sobre a temporada anterior, quando grãos, fibras e cereais ocuparam 47,35 milhões de hectares. 

Embora ainda recorde, a performance deve sofrer alterações provocadas pelo clima no Sul do país. "Esses números ainda não trazem o impacto da geada e do veranico que o milho safrinha do Paraná registrou", afirmou Eledon Pereira de Oliveira, gerente de Levantamento e Avaliação de Safra da Conab. Segundo ele, ainda é difícil prever o tamanho deste impacto. "Mas logo teremos a noção exata", diz. 

Mesmo sem ter o resultado final, a Conab apontou uma redução de 131 mil toneladas (-0,9%) na safrinha de milho em relação ao levantamento anterior. O novo dado indica uma colheita ainda recorde de 13,93 milhões de toneladas. Pelos dados da Conab, a produção total de milho deve saltar de 42,5 milhões para 50,66 milhões de toneladas, com um aumento de 19,2% – ou 8,14 milhões de toneladas. Desse total, o país consumirá 39,5 milhões de toneladas e exportará, segundo a Conab, o volume recorde de 7,5 milhões de toneladas – em 2006, foram 3,93 milhões de toneladas. A área cultivada passará de 12,96 milhões para 13,86 milhões de hectares – um acréscimo de 6,9%, ou 893,7 mil hectares. 

No trigo, que começou a ser plantada recentemente, a previsão da Conab aponta para um crescimento de 71,8% na produção, o que elevaria o volume total de de 2,23 milhões para 3,84 milhões de toneladas. O Paraná, que produzirá 1,91 milhão de toneladas, e o Rio Grande do Sul, com 1,48 milhão de toneladas, estão à frente dessa recuperação. A área plantada deve saltar 3,4%, passando de 1,75 milhão para 1,81 milhão de hectares, segundo a Conab. O presidente da estatal, Jacinto Ferreira, atribuiu o desempenho da lavoura à recuperação da área e da produtividade, muito afetadas pela estiagem da safra passada. O rendimento das lavouras de trigo deve sair de 1.271 para 2.112 quilos por hectare (66,2%). "A agricultura brasileira atravessa um período de relativo otimismo", disse Ferreira. Com o clima favorável nas principais regiões produtoras, segundo ele, a estimativa de colheita não deve sofrer alterações significativas. 

A Conab informou, ainda, que a soja continuará a ser o principal produto do agronegócio. A safra, prevê a Conab, passará de 53,41 milhões para 58,02 milhões de toneladas, com incremento de 8,6%. Embora tenha havido aumento da produção, ocorreu também uma redução na área plantada, que passou de 22,22 milhões para 20,65 milhões de hectares.