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Colheita da safrinha derruba as cotações

Produção estimada do centro-oeste, de 4,5 milhões de toneladas, já afeta preço do produto.

Da Redação 23/06/2003 – A colheita do milho safrinha, que já está começando na região Centro-Oeste, já está refletindo nas cotações. É que há previsão de colheita em torno de 4,5 milhões de toneladas na região, cujo consumo é bem menor que a produção. Esta semana, o milho foi comercializado entre R$ 14,00 e R$ 16,00 em Goiás, mas no Mato Grosso os preços da saca de 60 quilos variam de R$ 9,50 a R$ 11,50.

De acordo com o analista Adriano Vendeth de Carvalho, da SoloBrazil Mercados Agrícolas, historicamente, a diferença de preço do milho de Goiás para Mato Grosso é de R$ 2,00 a R$ 2,50 em saca. Este ano, portanto, essa diferença se acentuou. Com a intensificação da colheita no mês de julho, o mercado ficará com excesso de produto, com tendência de queda ainda maior nas cotações. Goiás consome anualmente cerca de 2,6 milhões de toneladas de milho, para uma produção 3,3 milhões de toneladas. Já o Mato Grosso consome apenas 750 mil toneladas, enquanto produz 2,55 milhões de toneladas.

Há ainda um outro fator, segundo Adriano Vendeth. Somente no Centro-Oeste serão colhidas 800 mil toneladas de sorgo, produto mais barato que substitui o milho em rações para aves e suínos. Optando pelo sorgo em detrimento do milho, a tendência é o preço desse último cair. E mais: o Nordeste brasileiro, que compra bom volume de milho do Centro-Oeste, deverá ter este ano uma safra próxima de 3 milhões de toneladas. Isso significa menos demanda pelo grão de Goiás e Mato Grosso. Os produtores devem estar atentos às oscilações de preço e à variação do dólar, avaliando se compensa ou não armazenar em vez de comercializar a safra.