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Colheita de grãos deve injetar R$ 1,505 bi a mais no RS

<p>Chuvas e cotações devem garantir R$ 7,3 bilhões ao campo em 2007.</p>

Redação (23/01/07) – No campo, as plantações crescem vistosas, amparadas por chuvas periódicas. Nos mercados nacional e internacional, os preços mantêm-se firmes para contratos imediatos e de futuro. Tudo indica que esta será realmente uma safra para dar a volta por cima, após dois anos de seca (2004 e 2005) e um de preços baixos (2006).

Estimativa feita por Zero Hora com metodologia indicada pelo agrônomo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado Ricardo Núncio aponta que, por conta dos bons preços e das boas projeções de colheita, o Rio Grande do Sul pode ter uma receita de R$ 1,505 bilhão a mais nesta safra de verão (arroz, soja e milho), na comparação com a passada.

Se o clima permanecer como está, teremos uma safra normal e com preços bons em relação à média histórica. Mas vamos precisar de uns três anos assim para recuperar as perdas que tivemos (nos últimos anos) afirma Núncio.

A Emater projeta uma safra gaúcha de 18,512 milhões de toneladas de soja, arroz e milho praticamente igual à passada. Mas há estimativas mais otimistas. A corretora Brasoja prevê uma colheita de soja de 9,3 milhões de toneladas (ante 7,2 milhões da Emater). Produtor de milho (170 hectares) e soja (530 hectares), Régis Vione, de Pejuçara, já iniciou a colheita do cereal. Mesmo com a lavoura tendo sido atingida por geada em agosto, ele está colhendo 80 sacas por hectare.

Sem seca e com preço um pouco melhor, estamos na expectativa de que possamos finalmente ter lucro este ano. Também temos a soja, que está se desenvolvendo muito bem e reforça essa perspectiva de recuperação afirma Vione.

Mais que a melhora na produtividade, o que anima os gaúchos são os bons preços, especialmente de soja e milho. De agosto até hoje, a cotação do cereal subiu 29,8% e a da oleaginosa, 20,9%. O motivo: o incremento acelerado da demanda por milho nos Estados Unidos, que em 10 anos deve precisar dobrar a sua produção (hoje de 27 milhões de toneladas) para abastecer as usinas de etanol, segundo a RC Consultores.

A soja está indo na carona do milho. O preço atual reflete um cenário de problema (de abastecimento), mas não há problema. Os estoques são recordes, a produção é recorde. O que ocorre é que o mercado está apostando que a soja vai dar lugar ao milho nos Estados Unidos afirma o diretor da corretora Brasoja, Antônio Sartori.

Os preços acima da média hoje e essas incertezas do mercado fazem com que especialistas e cooperativas recomendem que produtores vendam parte da safra antecipadamente com preços pré-fixados. No entanto, agricultores gaúchos continuam resistindo à prática, uma vez que,  cerca de 15% da safra do Estado já está negociada, ante 45% no Centro-Oeste.

Nas últimas duas semanas o preço (futuro) tem permitido que o produtor recupere o custo de produção. Temos orientado que parte da safra já chega negociada,  mas o agricultor ainda tem expectativa de ter um spread (margem de ganho) maior neste ano afirma o gerente de vendas da Cooperativa Agropecuária Alto Uruguai, Clairton Osmari.

SEBASTIÃO RIBEIRO – COLABORARAM CLEBER BERTONCELLO E PIETRO RUBIN